Relações entre Norte de Portugal e Galiza devem ser “aprofundadas”
“A mobilidade de pessoas e mercadorias, existência de infraestruturas conjugadas, como o aeroporto do Porto e os três pequenos aeroportos da Galiza, a linha de alta velocidade são exemplos de como ambos os países ganham por trabalhar em conjunto”
Lusa
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As “confluências” entre o Norte de Portugal e a Galiza ao nível de universidades, empresas e “reivindicações conjuntas de carácter político” devem ser aprofundadas, defendem autarcas, empresários e investigadores.
Esta tarde, num colóquio em Braga dedicado ao tema “Minho e Galiza: Confluências”, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, defendeu que o futuro tem que apontar no “reforço” das parcerias entre instituições dos dois lados da fronteira até porque a Galiza é um “interlocutor natural” para o Norte do país.
No mesmo evento, o presidente da Associação Industrial do Minho, António Marques, salientou que quando a “vizinhança é boa” podem-se desenvolver projectos em comum a nível de mobilidade ou missões empresariais, ideia defendida também para a cooperação entre universidades de “forma a ganhar escala” e acesso com mais “facilidade” a fundos europeus para a investigação.
“Do ponto de vista da atractividade turística, cooperação das universidades ou instituições, a Galiza é um interlocutor natural”, defendeu Ricardo Rio, acrescentando que “são muito mais relevantes as reivindicações de carácter político feitas em conjunto”.
Como exemplo, o autarca apontou a reivindicação de uma paragem do Comboio Celta (Porto-Vigo) em Nine (Braga) que foi aceite pelos Governos de Espanha e Portugal e que era defendida quer por municípios do Norte português quer por galegos.
Ao nível empresarial a “confluência” de esforços entre os dois lados do território tem também vantagens.
“Os galegos dominam mais os mercados da América do Sul, nós os africanos. Confluir esforços na organização de missões empresariais conjuntas só traz vantagens”, realçou António Marques.
Para este empresário, “a mobilidade de pessoas e mercadorias, existência de infraestruturas conjugadas, como o aeroporto do Porto e os três pequenos aeroportos da Galiza, a linha de alta velocidade são exemplos de como ambos os países ganham por trabalhar em conjunto os objectivos que são comuns”.
Além da importância de confluências políticas e económicas, naquele colóquio foi ainda abordada a cooperação ao nível de instituições do ensino superior.
“Uma rede de universidades do Norte de Portugal e da Galiza revela-se muito vantajosa porque permite articular grupos de investigação, intercâmbio de estudantes e investigadores. Além disso permite às instituições que ganhem escala o que tem vantagens no acesso a fundos comunitários dedicados á investigação”, defendeu o director da Fundação Centro de Estudos Eurorregionais, Ruben Lois.
Apesar das vantagens enumeradas na conjugação de esforços e recursos a “confluência” entre estas regiões não é ainda prática dominante, segundo Rio, “nunca houve um trabalho conjunto muito aprofundado”.
“O futuro próximo tem que apontar nesse sentido, do reforço das parcerias”, concluiu o autarca.