Londres é pelo segundo ano consecutivo a cidade de escritórios mais cara do mundo
Em Portugal os valores praticados no prime CBD (Avenida da Liberdade, Lisboa) mantiveram-se inalterados face ao ano anterior, tendo o país descido um lugar no ranking, ocupando agora a 49ª posição
Ana Rita Sevilha
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De acordo com o mais recente estudo pevado a cabo pela Cushman & Wakefield sobre o sector de escritórios – o Office Space Across the World, o West End em Londres é a localização de escritórios mais cara do mundo pelo segundo ano consecutivo, consolidando a sua posição em relação a Hong Kong que ocupa desde o ano passado o segundo lugar do ranking.
A zona de West End e, Londres é caracetrizada por uma forte procura aliada à diminuição da oferta de espaços de escritórios de qualidade, o que levou a um aumento de 5% nas rendas de 2013. O valor das rendas em Hong Kong Central manteve-se praticamente inalterado o que aumentou ainda mais a diferença entre as duas cidade
“Londres continua a ser uma localização muito atractiva para as empresas internacionais. Existem cada vez menos espaços premium disponíveis na zona do West End e assiste-se a uma grande procura de escritórios em todos os sectores, o que permite antecipar um novo aumento nas rendas em 2014”, afirma Marta Esteves Costa, associate e directora de research e consultoria da C&W em Portugal.
Ao nível global, as rendas de escritórios aumentaram 3%, confirmando a tendência dos últimos 3 anos. No entanto, sublinha a consultora que, em alguns casos como em África e no Médio Oriente, registou-se uma maior actividade no mercado, com as rendas prime a subirem 10%.
Segundo o estudo da consultora, a escassez de escritórios de qualidade disponíveis caracterizou alguns mercados na Europa, como Londres e Frankfurt, que assistiram igualmente a um aumento na procura durante o ano, o que resultou numa pressão acrescida no preço das rendas prime. Nesse sentido, as rendas aumentaram na ordem dos 3% a nível regional o que representa a maior subida desde o início da crise económica em 2008.
O Médio Oriente e África registaram o maior aumento na região EMEA , tendo o preço das rendas aumentado 14%. Na África do Sul registou-se o maior aumento das rendas prime, cerca de 30% – “o mercado sul-africano assistiu a um aumento notável de grandes transações ao longo do ano caracterizando dessa forma um mercado ocupacional particularmente activo”.
“Olhando de uma forma geral para a região EMEA, é expectável que a escassez generalizada de espaços de qualidade disponíveis leve a um aumento da actividade dos ocupantes, de forma a garantirem negócios seguros no pouco espaço de qualidade que continua disponível. Com poucos projectos novos previstos até ao final do ano de 2014, é também expectável que as rendas prime continuem sob pressão”, comentou Marta Esteves Costa.
Em Portugal os valores praticados no prime CBD (Avenida da Liberdade, Lisboa) mantiveram-se inalterados face ao ano anterior, tendo o país descido um lugar no ranking, ocupando agora a 49ª posição. De acordo com o mesmo estudo, o reduzido volume de espaços transaccionados no mercado, ainda que não acompanhado por um aumento da taxa de desocupação, provocou uma quebra nas rendas médias. Paralelamente verificou-se também uma maior disponibilidade por parte dos proprietários para a cedência de incentivos tais como carência de rendas ou contribuições para custos de relocalização.
Segundo Marta Esteves Costa, “Para 2014, prevê-se que a recuperação da conjuntura económica nacional venha a ter um impacto positivo na procura de escritórios, sustentado por um maior movimento no mercado. Relativamente às rendas, antecipa-se ainda assim, uma manutenção das mesmas durante o próximo ano.”
No continente americano, a consultora explica que, depois a de uma expansão notável de dois dígitos no ano de 2012, em média as rendas prime registaram um crescimento de apenas 1% em 2013.
Em comunicado de imprensa a C&W explica que a performance das rendas na América do Sul foi pouco acentuada, muito devido ao crescimento pouco significativo em mercados chave como o Brasil e a Argentina. A incerteza económica que tem caracterizado estes dois mercados levou a um decréscimo na procura por parte de arrendatários e a uma queda no preço das rendas prime ao longo do ano.
Em 2013, os Estado Unidos da América assistiram a uma grande actividade no mercado de arrendamento de escritórios, com a confiança das empresas a aumentar progressivamente. No entanto, o desempenho das rendas foi diferente de localização para localização, com Nova Iorque e Boston a destacarem-se de outras cidades. As previsões para 2014 indicam que os Estados Unidos devem continuar a assistir a um aumento nos níveis de rendas o que deve resultar num crescimento regional generalizado para este ano.
No que diz respeito à Ásia Pacífico, o aumento no preço das rendas nessa região foi reduzido, registando-se um crescimento a nível regional de apenas 2% ao longo do ano. As condições económicas na primeira metade do ano foram mais frágeis, embora se tenha assistido a um aumento progressivo das rendas em mercados chave como o Japão e a China.
No entanto, explica a consultora, a região está bem representada no que toca às localizações mais caras a nível global. Hong Kong continua a ser a segunda localização mais cara do mundo, Pequim é a quarta e Tóquio a quinta. Contudo, é expectável que a performance da região no ano de 2014 seja muito similar à de 2013, com uma procura pouco significativa e antecipando-se por isso uma estagnação no preço das rendas
Para o ano de 2014 espera-se que a região recupere moderadamente do decréscimo económico de 2013 e que a procura de escritórios seja maior em toda a região. É igualmente expectável que as economias chave como a China e o Japão sirvam de alavanca para o resto da região, com a procura por espaços de escritórios a aumentar particularmente nestes países ao longo do ano.