C&W aponta “globalização no retalho” como tendência
A tendência de melhoria nos sectores de luxo e hard discount foi também sentida em Portugal
Ana Rita Sevilha
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“A globalização no mercado de retalho é uma tendência cada vez mais evidente. Se por um lado as bases deste sector ainda se encontram nos mercados maduros como as cidades de Nova Iorque, Paris ou Londres, os países emergentes têm sido os impulsionadores do crescimento desta indústria”. A conclusão é da consultora C&W no âmbito da apresentação do seu novo estudo sobre retalho a nível global – “A global perspective on retail revival”.
De acordo com o estudo, o crescimento económico esperado para os mercados emergentes (em 2012 na ordem dos 6,3% face aos 2,1% previstos para as economias maduras) irá permitir uma evolução muito favorável no rendimento disponível das famílias. Para o período 2010-2020 o rendimento per capita na India tem um crescimento esperado de 200% e de 125% na China, enquanto o mesmo indicador deverá registar uma evolução de apenas 20% no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Em comunicado de imprensa a consultora imobiliária explica que “este novo enquadramento do mercado de retalho mundial teve um efeito positivo nos sectores de luxo e de hard discount, tendo-se registado no último ano um crescimento considerável nas vendas destes retalhistas a nível mundial. O retalho de luxo viu o seu crescimento sustentado pelos mercados emergentes, enquanto o sector de hard discount teve uma performance muito positiva nos mercados maduros, efeito da crise económica vivida. Os retalhistas a operarem no segmento médio tiveram crescimentos consideravelmente mais modestos, tendência que se espera ver invertida com o incremento da entrada destes operadores nos mercados emergentes”.
Nestes mesmos mercados, os emergentes, revela a C&W que “a opção pelo comércio online tem sido uma tendência em crescimento”, dando como exemplo a Índia onde as estimativas apontam para um crescimento deste segmento próximo dos 60% no período 2011-2016.
Segundo o estudo, o mercado de investimento acompanhou a tendência sentida no mercado ocupacional. “Após ter atingido um mínimo em 2009, o investimento mundial no sector de retalho tem vindo a crescer de forma sustentável. Os valores de mercado retratam a melhor performance dos mercados emergentes, com as yields a manterem-se estáveis na América do Norte e Europa e a registarem uma tendência descendente nos mercados asiáticos e da América do Sul”.
No que diz respeito às rendas, as mesmas também evidenciam esta tendência, sendo de referir os crescimentos recordes de rendas atingidos durante 2011 em Pequim (110%), no Rio de Janeiro (52%) e em Hong Kong (49%).
Quanto ao mercado nacional, Marta Esteves Costa, associate e directora do departamento de research e consultoria da C&W, comenta, “em Portugal a tendência desde 2009 é dramaticamente oposta à verificada ao nível mundial, registando-se quebras consideráveis e sucessivas no volume de vendas dos retalhistas. É a resposta da população a um poder de compra em forte quebra. A dinâmica do mercado imobiliário sentiu esta evolução negativa da operação dos retalhistas, registando quebras nos volumes de procura e nos valores de renda praticados, bem como subidas nas taxas de desocupação e nas yields de mercado”.
No entanto, “a tendência de melhoria nos sectores de luxo e hard discount foi também sentida em Portugal, sendo de referir o crescimento sustentado na procura de lojas de rua nas melhores localizações das cidades de Lisboa e Porto”, concluiu a consultora.