Investimento na reabilitação em Portugal é muito inferior ao do resto da Europa
Luís Lima, declarou que o investimento na reabilitação urbana em Portugal representa entre 6% a 6,5% do produto interno bruto (PIB), enquanto na Europa ronda os 30%
Pedro Cristino
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), declarou que o investimento na reabilitação urbana em Portugal representa entre 6% a 6,5% do produto interno bruto (PIB), enquanto na Europa ronda os 30%.
O responsável da APEMIP proferiu este discurso no âmbito da sessão de abertura do “Quadro de Referência da UNECE para a Sustentabilidade dos Mercados Imobiliários: Princípios para o Sector Imobiliário e para o Crescimento Económico”, promovia pela APEMIP, pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE – REM) e pela Federação Internacional do Imobiliário (FIABCI).
Luís Lima defendeu uma “rápida” actuação no que concerne às acções de despejo e declarou que este não será o momento oportuno para a liberalização das rendas antigas.
Por sua vez, o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), referiu que “a crise financeira que o mundo enfrenta realçou a importância de uma melhor compreensão do papel dos mercados imobiliários e do cumprimento que eles devem ter nas economias modernas”.
Manuel Reis Campos ressalvou também que esta crise “permitiu uma maior consciencialização para a necessidade de olhar para este sector de actividade como um dos que mais influenciam o actual desenvolvimento económico”.
“Este documento [dos princípios para o desenvolvimento do sector imobiliário dos países, elaborado pela UNECE] desafia os países a garantir, no plano nacional, um conjunto de princípios básicos capazes de contribuir para a existência de um sector dinâmico e sustentável”, rematou.
Fernando Santo, ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros e actual consultor imobiliário, referiu que “tínhamos uma galinha de ovos de ouro e, percebemos, desde 2002, que os ovos não são de ouro e neste momento, nem tem ovos. A situação é tão grave que, se qualquer um de nós dever 200 ou 300 mil euros ao banco, se dever 200 ou 300 milhões, o banco tem um problema”.
Mencionando indicadores como desemprego, divergência no crescimento português, face à União Europeia e endividamento, o ex-bastonário, revelou que “Portugal cresceu, nas últimas duas décadas, à custa do sector da construção e do imobiliário” e mencionou o desinvestimento nos diversos sectores no país. “Portugal esteve bem até há oito anos, porque esteve bem um negócio em que todos ganhavam”, rematou.
“Chegámos ao fim de um ciclo notável”, reforçou Fernando Santo, explicando que “demos um passo de gigante” em sectores como infra-estruturas, saneamento, “tudo aquilo que é essencial para a qualidade de vida” e que Portugal “fez em 30 anos aquilo que muitos países demoraram 50, 60 ou 70 anos” a fazer.
“Mas a galinha está esgotada e a minha proposta é que se faça uma revolução, tranquila, naturalmente, começando pela questão do solo, passando pelo licenciamento, pelo financiamento, pelo mercado de arrendamento, pela reabilitação urbana”, aconselhou o engenheiro, sublinhando que o país se encontra perante uma “oportunidade única” e que há que olhar para este investimento “no arrendamento e na reabilitação” como alternativa financeira, “porque é um investimento sólido”.
“Há que reformular todo um modelo que julgo que não foi estrategicamente pensado”, concluiu Fernando Santo.