Número de aberturas de novos centros comerciais na Europa desce para valores mais baixos desde 2005
À semelhança do que seregistaa na Europa, o nível de actividade no sector de centros comerciais nacional abrandou de forma drástica em Portugal
Ana Rita Sevilha
Quintela e Penalva | Knight Frank vende 100% das unidades do novo D’Avila
Gebalis apresenta segunda fase do programa ‘Morar Melhor’
Reabilitação Urbana abranda ritmo de crescimento
EDIH DIGITAL Built com apresentação pública
Porto: Infraestruturas desportivas com investimento superior a 17 M€
Mapei leva nova gama de produtos à Tektónica
Passivhaus Portugal com programa extenso na Tektónica
OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”
2024 será um ano de expansão para a Hipoges
Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa
O número de aberturas de novos centros comerciais na Europa decresceu para os valores mais baixos desde 2005, de acordo com a mais recente edição do estudo European Shopping Centre Development, publicado pela consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W).
“Somente 2,1 milhões de m2 de centros comerciais foram colocados no mercado no primeiro semestre de 2010, avança a consultora”. Foram 64 o número de centros comerciais que abriram – “representando uma descida de cerca de 50% comparativamente com o período homólogo de 2009, quando se assistiu à abertura de 120 novos centros comerciais”.
De acordo com o mesmo estudo, “está prevista a abertura de mais 3,8 milhões de m2 antes do final deste ano, uma descida de 17% em comparação a 2009. Prevê-se que as conclusões de novos espaços desçam ainda mais em 2011, para cerca de 5,2 milhões de m2, o que representará uma subida de 3,9% em relação ao total previsto para 2010 – a subida mais baixa dos últimos 30 anos”.
Esta é uma tendência que se generaliza pela Europa, evidencia a consultora, uma vez que nos últimos anos, “todos os países europeus verificaram uma diminuição dos seus pipelines. No total, no primeiro semestre de 2010, dez países não registaram qualquer abertura de novos centros, incluindo a República Checa, Hungria e Irlanda”.
Contudo, embora não esteja prevista uma subida do número de novas aberturas a curto prazo, o número de novos projectos poder crescer em alguns países no próximo ano, dependendo da recuperação da economia e da procura interna, das vendas de retalho e do financiamento.
Considerando o pipeline de centros comerciais para os anos de 2010/11, Rússia e Turquia continuam a liderar em projectos de centros comerciais; França e Itália detêm o maior portfólio de novos projectos de centros comerciais na Europa Ocidental; e em termos de percentagem de crescimento, a Europa Central e Oriental continuam a liderar.
No primeiro semestre de 2010, a Bulgária registou uma subida de 96%. A Bósnia, Roménia, Sérvia, Eslováquia e Eslovénia verificaram um crescimento de 5 a 10%. Na Europa Ocidental, a Itália e a Alemanha registaram o maior número de espaços novos. Em Itália, abriram seis novos centros comerciais, um acréscimo de cerca de 170.000m2. Na Alemanha, abriram cinco novos centros comerciais e realizaram-se seis expansões/renovações, num total de cerca de 150.000m2.
Segundo Sandra Campos, partner e directora de retalho da Cushman & Wakefield em Portugal: “Apesar dos dois últimos anos terem sido críticos para os promotores, a redução de abertura de novos espaços comerciais, poderá possivelmente criar novas oportunidades de promoção uma vez que a oferta será absorvida rapidamente na retoma, expondo potencialmente o mercado a pressões de crescimento, em alguns casos já no próximo ano”.
À semelhança do que seregistaa na Europa, o nível de actividade no sector de centros comerciais nacional abrandou de forma drástica em Portugal. “Depois de em 2009 se ter atingido um novo recorde de aberturas de centros comerciais, o crescimento da oferta no primeiro semestre do ano foi de apenas 0,1%, perto de 20.000 m2 ABL”.
Segundo a C&W, “em 2010 poderá ser atingido um mínimo histórico, registando-se o valor mais baixo de entrada de nova oferta dos últimos 20 anos, a par com o que se assistiu no ano 2000. Esta é a resposta do mercado à retracção sentida na procura nos últimos dois anos, que obrigou promotores e investidores a adiar ou mesmo cancelar projectos futuros”.
A análise da oferta futura retrata a actual situação do mercado, sendo visível uma quebra acentuada da curva de crescimento da oferta de centros comerciais em Portugal para o período 2010-2011. “Até ao final de 2011 estão previstos para Portugal cerca de 161.000 m2 de novos centros comerciais, sendo que a grande maioria, cerca de 141.000 m2, tem inauguração prevista para 2011”.
“À semelhança de anos anteriores, alguns destes projectos podem vir a ser adiados, atenuando ainda mais o crescimento futuro do mercado, fruto não só de um efeito natural da lei da oferta e da procura, mas também da escassez de financiamento sentida no sector nos últimos dois anos”, comenta Sandra Campos.