Absorção de escritórios em Lisboa no 1º semestre poderá duplicar a de período homólogo
O “Estado Português foi o principal responsável pelo melhor comportamento do mercado de escritórios em 2010”
Ana Rita Sevilha
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“A área de escritórios contratada no primeiro semestre do ano (54.050 m2) foi superior em 45% à registada em igual período do ano transacto (37.361 m2)”. A conclusão foi tirada pela Aguirre Newman, na sua análise de escritórios relativa ao mês de Junho. A consultora sublinha ainda que “esta performance deve-se principalmente à elevada absorção de escritórios nos meses de Março e Junho”.
Em comunicado de imprensa, a consultora revela que o “Estado Português foi o principal responsável pelo melhor comportamento do mercado de escritórios em 2010”, nomeadamente se “considerarmos a área contratada de escritórios no 1º Semestre de 2010 e deduzirmos a operação relativa aos CTT num total de 14.704 m2, a absorção acumulada do ano totaliza 39.346 m2, traduzindo um acréscimo de 5% face a igual período de 2009”.
“Relativamente ao mês de Junho de 2010, a área de escritórios registada foi de 11.703 m2, tendo sido superior em 69% à registada em igual período de 2009 (6.933 m2)”, adianta.
No que diz respeito a operações, o total registado de Janeiro a Junho de 2010 foi de 104, o que corresponde a menos 20 transacções de arrendamento do que em igual período do ano anterior. Contudo, sublinha a Aguirre Newman, “a superfície média contratada por transacção, acumulada a Junho, aumentou de 301 m2 (2009) para 520 m2 (2010). Esta variação decorre, em grande parte, da realização da operação de arrendamento de 14.704 m2 (CTT), em Março passado”.
O maior número de operações foi verificado no Corredor Oeste (Zona 6), com 31% da área transaccionada. No extremo oposto, ficou o Parque das Nações (Zona 5), com apenas 3 operações, a que corresponderam 29% da área transaccionada. Sendo assim, “numa análise geográfica do número de transacções registadas no 1º Semestre de 2010 quando comparado com igual período de 2009, a Prime CBD (Zona 1) e a Zona 7 apresentaram crescimento face ao ano anterior”.
Analisando a distribuição geográfica dos m² colocados, a consultora concluiu que: “a Zona 1 (Prime CBD), Zona 2 (CBD), a Zona 5 (Parque das Nações), a Zona 6 (Corredor Oeste) e a Zona 7 registaram uma área contratada no primeiro semestre de 2010 superior à de igual período de 2009, com destaque para o Parque das Nações com a ocupação da totalidade do edifício Báltico pelos CTT (14.704 m2), e para o Corredor Oeste com seis operações de arrendamento envolvendo áreas acima dos 1.000 m2”.
“Em contrapartida, as Zonas 3 (Zona Emergente) e 4 (Zona Secundária) registaram uma área contratada no primeiro semestre de 2010 inferior à de igual período de 2009, justificada em grande parte pela ocupação da Torre Oriente (Torres Colombo) e por várias ocupações de média dimensão ocorridas na Zona Secundária, na primeira metade do ano transacto”.
De acordo com a mesma análise registou-se ainda uma preferência por instalações usadas: “do total da área contratada no 1º Semestre de 2010, 40% são em edifícios novos e os restantes 60% em edifícios usados”.
Relativamente à absorção por intervalo de área contratada, “apenas 14 transacções (cerca de 14% do total) registaram uma superfície superior a 800 m2 e 54 das transacções (cerca de 52% do total) registaram uma superfície inferior a 300 m2”.
A Aguirre Newman termina o seu relatório indicando que: se tivermos em linha de conta “o comportamento do mercado de escritórios nos últimos sete anos, os anos de 2003 e 2009 registaram um Iº semestre com o nível de desempenho mais baixo da série (respectivamente 55.210 m² e 37.361 m2). Já o ano em curso registou um nível de desempenho no 1º semestre, em linha com o de 2003”.
“Comparando a Absorção Anual vs Absorção Iº Semestre, encontramos em 2004 o seu valor mais alto (58%) e em 2009 o seu valor mais baixo (32%), traduzindo respectivamente o melhor e o pior desempenho relativo do primeiro semestre nesse ano”.
Se utilizarmos este indicador de forma a estimar um número final para a colocação de escritórios em Lisboa em 2010, é possível apurar três valores: “de 120.000 m² (projecção I), traduzindo a média do período 2003/2009 para o valor da Absorção 1º Semestre na Absorção Anual; 169.000 m2 (projecção II), traduzindo o valor mais baixo; e 93.000 m2 (projecção III), traduzindo valor mais alto”.
De acordo com Paulo Silva, Managing Director da Aguirre Newman Portugal, “a melhoria de desempenho do 1º Semestre de 2010 comparativamente com idêntico período de 2009 pouco tem de surpreendente uma vez que o nível de desempenho dos primeiros 6 meses de 2009 foi muito fraco. Temos curiosidade em ver o comportamento da procura de escritórios no 2º Semestre de 2010, uma vez que a melhoria registada (em m²) se deve principalmente a uma operação de aproximadamente 14.000 m² e o número de transacções foi inferior em 16% ao registado no 1º Semestre 2009”.