Ministério da Cultura suspende demolição de antiga igreja de São Paulo, em Elvas
A igreja de São Paulo integra o conjunto do antigo Quartel de São Paulo

Lusa
IP lança concurso de 150M€ para alargar ferrovia Contumil-Ermesinde
CCB quer alcançar a neutralidade de carbono até 2030
Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís
Edifício C do projecto em Lordelo do Ouro já está em construção
Edifício Boavista 2949 encontra-se em comercialização
Sandra Daza é a nova CEO do Grupo Gesvalt
“Mais Campera Outlet Shopping” quer modernizar o factory outlet
Preços das casas em Lisboa aumentaram 5,5% em 2024 e vendas cresceram 13,8%
BPI e CBRE em parceria para alavancar sustentabilidade no imobiliário comercial
PortalPRO e AvaiBook em parceria para oferecer serviços aos gestores de alojamentos turísticos
A antiga igreja de São Paulo, no centro histórico de Elvas, viu suspensa a ordem de demolição decretada pelo Ministério da Defesa, disse à Agência Lusa a directora Regional de Cultura do Alentejo, Aurora Carapinha.
Datada do século XVIII, a igreja, cuja demolição foi suspensa pelos serviços do Ministério da Cultura, está situada na zona das muralhas de Elvas e encontra-se em ruínas há mais de um século.
O Ministério da Defesa, proprietário do edifício, pretendia efectuar a demolição do imóvel, na sequência do mau tempo registado no passado Inverno, que levou à derrocada de paredes contíguas à da igreja.
“O Ministério da Defesa preparava-se para proceder à demolição da igreja, sem requerer junto da Direcção Regional de Cultura um parecer sobre o projecto. Assim que soubemos desta irregularidade, no passado dia 07 de Julho, procedemos logo à suspensão da intervenção”, explicou Aurora Carapinha.
A mesma responsável explicou à Lusa que “o Ministério da Defesa tem, agora, de apresentar um projecto de demolição, assinado por um arquitecto e não por um engenheiro militar e este será posteriormente analisado pela Direção Regional de Cultura do Alentejo”.
Aurora Carapinha defendeu, no entanto, a manutenção da igreja de São Paulo.
“A igreja não é um edifício autónomo, ou seja, está integrada num conjunto de construções com um valor bastante relevante como é exemplo o Quartel de São Paulo”, alegou.
A par deste facto, a Diretora Regional de Cultura do Alentejo salientou a importância urbanística e arquitetónica da igreja.
“Trata-se de um edifício que está integrado na zona de protecção das muralhas de Elvas e constitui um símbolo da arquitectura do século XVIII”, argumentou.
A conservação da igreja de São Paulo em Elvas está igualmente a ser defendida por um grupo de cidadãos da cidade, através de uma petição online lançada há mais de uma semana.
“Já recolhemos mais de 2 200 assinaturas com o objectivo de salvar a igreja. Não compreendemos como é que, uma cidade candidata a Património Mundial, pela UNESCO, não se preserva este tipo de monumentos”, disse à Lusa Pedro Cidraes, promotor da petição.
“Acresce ainda o facto da fachada da igreja não estar em risco de ruína. Esta igreja foi lugar de culto dos Paulistas da Serra de Ossa, a única ordem masculina com origem no nosso País”, esclareceu Pedro Cidraes.
A igreja de São Paulo integra o conjunto do antigo Quartel de São Paulo, onde esteve instalado o Batalhão de Caçadores 8 e onde fizeram recruta, nas décadas 60 e 70 do século passado, milhares de militares envolvidos na guerra colonial.