Investigadores da FCTUC projectam casa low-cost
As Affordable Houses surgem em resposta ao desafio lançado pela ArcelorMittal aos 16 grupos de investigação que integram a Rede Científica Internacional de Estruturas Metálicas
Pedro Cristino
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Uma equipa composta por nove investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) pensou e projectou “uma vivenda, tipo T3, de de arquitectura moderna, sustentável, versátil e altamente segura a um baixo custo”.
As Affordable Houses, como vem denominado no comunicado enviado pela FCTUC à imprensa, surgem em resposta ao desafio lançado pela ArcelorMittal aos 16 grupos de investigação que integram a Rede Científica Internacional de Estruturas Metálicas.
“Este novo conceito de habitação, desenvolvido pela equipa multidisciplinar de investigadores dos departamentos de Arquitectura e de Engenharia Civil da FCTUC tem, como pilares, a utilização de aço leve, a maximização de áreas úteis e uma versatilidade que acompanhe a normal evolução de família”, declara Luís Simões da Silva.
O coordenador do projecto declara que esta solução “supera qualquer alternativa à construção tradicional”, depois de considerados todos os critérios de “qualidade, segurança, níveis de eficiência, conforto e arquitectura”.
Por sua vez, mesmo ao nível da sustentabilidade da habitação, considerando “a análise do ciclo de vida dos materiais, a solução desenvolvida pretende ir ao encontro de lógicas mais amigas do ambiente”, uma vez que, pela sua natureza construtiva, a possibilidade de reciclagem e de reutilização exaustiva de matérias primas usadas, foram preocupações iniciais.
De forma a satisfazer o requisito de low-cost exigido pela ArcelorMittal, os investigadores delinearam espaços “dinâmicos e evolutivos”, recorrendo a novas tecnologias e materiais. “Ao verificar que as casas tradicionais perdem muito espaço em áreas não utilizáveis”, e compreendendo o “transtorno causado em obras de adaptação, há uma aposta em novos modelos de espaço utilizável e em módulos facilmente desmontáveis e manipuláveis”, explica o coordenador.
Relativamente à segurança, Luís Simões da Silva garante que as Affordable Houses “obedecem a todos os critérios europeus”, como, por exemplo, “do ponto de vista sísmico, a vivenda modelo foi dimensionada para a zona mais exposta à ocorrência de sismos em Portugal (Sagres)”.
“Os testes realizados aos níveis de conforto térmico, isolamento e acústico, entre outros”, revelaram performances “muito melhores do que as da construção convencional”. O também docente da FCTUC declara que, no Verão, estas casas “não têm particamente requisitos de arrefecimento e, de Inverno, a necessidade de aquecimento é muito inferior à de uma casa actual”.