“Habitar a casa no seu todo”
Os arquitectos Pedro e Fernanda Mendonça abriram as portas do atelier Desenhabitado, no Estoril, para dar a conhecer um espaço dedicado à interpretação e à arte de habitar a cozinha.Cada espaço transmite um ambiente onde se apresentam projectos de cozinha a clientes e se organizam eventos ligados ao live-cooking e à pastelaria. Para a empresa… Continue reading “Habitar a casa no seu todo”
Diana Nobrega Rodrigues
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Os arquitectos Pedro e Fernanda Mendonça abriram as portas do atelier Desenhabitado, no Estoril, para dar a conhecer um espaço dedicado à interpretação e à arte de habitar a cozinha.Cada espaço transmite um ambiente onde se apresentam projectos de cozinha a clientes e se organizam eventos ligados ao live-cooking e à pastelaria. Para a empresa estes momentos são importantes: os participantes relacionam-se com os equipamentos de topo que apresentam – podem tocar, sentir e ver as diferenças.
As marcas que propõem são as alemãs SieMatic e a Gaggenau, a marca mais conceituada do sector a nível europeu, a líder americana Sub-zero Wolf e a Eva Denmark.
Como nasceu a empresa Desenhabitado?
Pedro Mendonça – A empresa constituiu-se com uma reunião de pessoas que trabalhavam há muitos anos em Coimbra. Tivemos o desafio de desenvolver a marca SieMatic em Portugal e queríamos criar uma empresa que não fosse comum, que estivesse relacionada com a arte, com o aproveitamento do espaços e a reunião de pessoas em torno dos mesmos. Procurámos um atelier onde cada espaço vivesse por si e quisémos ligá-lo à arte no sentido lato, ou seja, a arte de projectar bem os espaços, de cozinhar, às artes plásticas e ao desenvolvimento de alguns temas como eventos ligados ao cozinhar: o chocolate, o chá, o vinho e a nutrição. As artes plásticas também são um tema paralelo que vamos desenvolver. Com estas iniciativas penso que criámos uma forma diferente de projectar e de pensar as cozinhas que, no fundo, corresponde a uma necessidade de integrar a cozinha no todo da casa.
Como se diferenciam de outros ateliers do mesmo sector?
Fernanda Mendonça – Quisémos ter uma postura pedagógica porque a nível internacional – mais no europeu e americano – existe um hábito de habitar a casa no seu todo. Cada vez menos as pessoas têm tempo para estar em casa e o objectivo é ajudar as pessoas a perceberem que a cozinha já não é aquele espacinho menos agradável da casa onde só entra a empregada, mas que é um local onde podem acontecer coisas muito mais interessantes e onde a familia se pode reunir e gerar dinâmicas. Tivémos experiencias com outras marcas e quisémos ajudar as pessoas a ter um caminho diferente mesmo a nível de arquitectura: espaços mais abertos e contínuos, e menos compartimentados.
P. M. – Por outro lado temos visto que há um determinado nível de construção, sobretudo nos níveis mais elevados ou médios altos, em que o equipamento e o projecto da cozinha fica bastante aquém do nível de todo o projecto e da obra.
Como consideram que está o sector da construção, nomeadamente de cozinhas, em Portugal?
F. M. – A construção em Portugal, mesmo aquela considerada de luxo, acaba por ter muito pouco de luxo, tem coisas que dão mais nas vistas mas que depois, a nível estrutural, tenta-se ter uma coisa que pareça e não tanto as coisas genuinamente boas.
Com tanta construção que existe, cada vez mais quem quiser fazer uma construção de luxo e com um nível verdadeiramente superior, tem que valorizar a diferença e a exclusividade que, por exemplo, a SieMatic dá.
O que consideram mais importante no projecto de uma cozinha?
P.M. -O que é mais importante é coerência do edifício como um todo e a forma como se projecta o interior, o layout, e a equipa em termos de qualidade de design e de equipamento…durabilidade e sustentabilidade. Uma questão importante é o design dos electrodomésticos que também faz parte de um projecto de arquitectura apurada. Daí fazem parte outros aspectos como o estilo que o utilizador final vai querer adoptar para a casa.
F.M. – A SieMatic é uma marca com 65 anos de existência e está na terceira geração de uma mesma família. È uma marca que tem uma grande estrutura e consistência. Existe uma filosofia muito forte por trás de tudo o que é feito, que a marca foi mantendo ao longo do tempo – os conceitos mais característicos das diferentes épocas. Ainda hoje vemos coisas muito clássicas que se fizeram numa determinada altura, mas também temos coisas muito puristas, ou conceitos mais contemporâneos: a marca tem uma grande diversidade.
Qual é o processo de construção de uma cozinha da Desenhabitado?
F.M. – Na construção existem diferentes fases. Há uma construção onde nós sabemos que começamos a desenvolver o projecto e que não vai haver espaço para alterações, de forma a que a cozinha tenha a ver com o cliente e com as suas vivências, e há aqueles, onde é mais fácil, em que sabemos que pode haver essa evolução. Mas tentamos sempre fazer espaços que possam de alguma forma crescer, que sejam flexíveis.
Quais são as tendências futuras para as cozinhas?
P.M.- O que surge neste momento é um conceito muito inovador e diferente de tudo o que se vê hoje em dia. A tendência principal é a linha da SieMatic Beaux Arts, uma mistura de estilos que joga com a simetria de elementos e com a fusão de elementos… Faz lembrar as cozinhas dos avós feitas pelo carpinteiro. È uma mistura de elementos e de materiais como a pedra e madeira. Os frigoríficos são colocados na alvenaria. É completamente diferente de tudo o que se vê actualmente, como o design purista.