“Polysterm”em fase de homologação no LNEC
A inovação na área do isolamento térmico de fachadas exteriores de edifícios está no bom caminho em Portugal. O novo sistema Polysterm, promovido pela Matervale, em conjunto com Isocor e TSL, é a prova disso mesmo. As vantagens da solução, os componentes e os impactos em obra estão já a ser testados e avaliados pelo LNEC
Filipe Gil
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Carina Traça
O sistema de isolamento térmico pelo exterior designado por Polysterm, desenvolvido pela Matervale em parceria com a Isocor/Sofalca e TSL, está actualmente em fase de homologação no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), baseado no documento da ETAG número 004 (Edição de Março de 2000) – Guide D'Agrement Techique Europeen Sur Les Systémes D'Isolation Thermique Extérieure Par Enduit. A conclusão do processo está prevista para o final deste ano ou início de 2008, garantiu ao Construir António Falcão Estrada, administrador da Isocor/Sofalca.
O produto é inovador em várias vertentes, sobretudo "ao nível da introdução de perfis e do tipo de material, ou seja, do aglomerado de cortiça", avançou ao Construir o responsável da Isocor, salientando que "será concretizado a primeira homologação do aglomerado negro de cortiça para isolamento exterior a nível europeu", também considerada uma inovação importante para o sector, frisou. Esta homologação está a ser feita para os dois produtos de isolamento térmico, ou seja, o poliestireno expandido (EPS) e o aglomerado de cortiça expandida (ICB). O novo produto insere-se nos isolamentos térmicos denominados por ETICS – Rebocos Armados directamente aplicados sobre isolamento térmico. Pretende-se que a resistência térmica do sistema seja, pelo menos, 1 m2.ºC/W. Segundo confirma o engenheiro da Isocor os primeiros testes preliminares relativos ao poliestireno e à cortiça já foram realizados e ambos passaram nos testes do LNEC. Actualmente estão a ser efectuados ensaios aos vários componentes do sistema: colas, massas, redes, entre outros, estando programado em seguida as análises relativas ao ruído e ao fogo.
Génese do sistema
A ideia surgiu em França e na Suiça através da Martevale, sendo que o produto tem vindo a ser desenvolvido por fases. A actual versão não será certamente a definitiva referiu o responsável pela Isocor, uma vez que defende que tudo deve ser evolutivo. Trata-se de uma solução de isolamento térmico para ser aplicada sobretudo nas fachadas dos edifícios e a última inovação que foi introduzida no sistema consiste na aplicação de perfis verticais em PVC, com a vantagem de evitar alguma descolagem da parede. O seu sistema de fixação mecânica, com colagem adicional, apresenta várias vantagens face às soluções existentes no mercado. "O Polysterm permite dar uma maior resistência à parede, tanto ao nível do impacto com a utilização de outros elementos, como a madeira, cerâmica, pedra e tinta. A mais-valia deste sistema é evitar a fissuração nas paredes exteriores dos edifícios a resistência de suporte às cargas e o aumento da resistência das fachadas aos impactos exteriores", assegurou o engenheiro da Isocor.
Componentes
do sistema
O sistema é constituído por: placas de material isolante térmico, fixas mecanicamente ao suporte através de perfis, sendo-lhes efectuada uma colagem suplementar; perfis em material química e mecanicamente resistente, com um formato especialmente criado para este produto; argamassas específicas para revestimento do material de isolamento térmico e envolvimento das redes em malha de fibra de vidro. Para além disso, é composto por redes em malha de fibra de vidro, com tratamento químico que lhes permite resistir aos meios alcalinos e acabamentos finais de diversos tipos, adequados ao Polysterm. O produto contempla ainda o EPS e o ICB. Esta solução deve ser aplicada em superfícies planas verticais exteriores de edifícios, novas ou existentes (sobretudo no mercado da reabilitação), bem como em superfícies horizontais ou inclinadas, desde que não estejam expostas à precipitação.
Os suportes podem ser apoiados através de alvenaria de tijolo, blocos de betão, pedra ou betão celular; alvenaria com reboco de ligantes hidráulicos; betão de inertes correntes ou leves; painéis pré-fabricados de betão e suportes pintados ou com revestimentos orgânicos ou minerais, sempre devidamente preparados. A espessura de isolamento a utilizar deverá ser definida pelo cálculo térmico.
Vantagens
e inovações
A inovação do Polysterm verifica-se numa série de níveis, tais como: no aumento considerável da resistência mecânica das fachadas, o alinhamento e o aprumo dos perfis verticais executados aquando da aplicação desta tecnologia permitem obter fachadas aprumadas, direitas, mesmo quando estas condições não se verificam no suporte. O sistema tem a mais-valia de ser aplicado em suportes não compatíveis com o sistema de revestimento térmico tradicional, designado de cappotto (placas de poliestireno), nomeadamente fachadas metálicas e de madeira. Permite ainda uma maior segurança, quer em uso normal, quer caso de incêndio, porque os perfis fornecem sustentação, de forma a evitar a queda do sistema, como também uma limitação das dilatações lineares do material de isolamento térmico, permitindo a eliminação por completo do efeito de ondulação patente em alguns sistema cappotto. Outra das vantagens é a ausência de defeitos por impacto ou perfuração acidentais (erros comuns nos sistemas de revestimento térmico tradicionais). A utilização de produtos de acabamento com qualidade, sobretudo tintas plásticas e raiadas com tratamento anti-algas e fungos, eliminando por completo esta patologia associada aos revestimentos térmicos pelo exterior, é também um factor relevante. António Estrada defende que "quanto maior for a parede exterior do edifício, mais resistência se obtém».
Sucesso na reabilitação de edifícios
O engenheiro acrescentou que o sistema "terá bastante sucesso no mercado da reabilitação, nomeadamente na recuperação de edifícios antigos, mas isso acontecerá a longo prazo", já que ressalva que ainda há em Portugal a tradição da construção de paredes duplas. Neste prisma, o director da Isocor diz que "é um mito neste momento dizer a alguém para aplicar cortiça nas fachadas dos edifícios, por isso temos que testar o sistema para que o mercado tenha confiança no produto". E, adianta "até porque em relação aos custos face ao sistema tradicional, ou seja, sem perfil, fazer duas ou só uma parede com aplicação do Polysterm, os preços são muito idênticos".
O novo sistema já foi aplicado em algumas obras, como por exemplo em vários edifícios de habitação localizados em Alenquer, Canedo, Espinho, entres outros locais. António Estrada revelou que o mercado está aceitar bem o produto, tendo-se verificado bastante interesse por várias pessoas. Contudo, na área da reabilitação, onde as expectativas face ao sistema são "bastante positivas", ainda não há muita procura, nota o engenheiro. n