“O mercado está a reagir muito bem”
Em entrevista ao Construir, Joana Vila Pouca, directora da feira, explica as razões do realinhamento da Concreta. Depois de nos últimos anos ter existido alguma confusão na organização, finalmente ouviu o mercado e as suas necessidades e decidiu retomar o formato de feira bienal. Tal como foi anunciado recentemente a Concreta vai voltar a… Continue reading “O mercado está a reagir muito bem”
Filipe Gil
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Em entrevista ao Construir, Joana Vila Pouca, directora da feira, explica as razões do realinhamento da Concreta. Depois de nos últimos anos ter existido alguma confusão na organização, finalmente ouviu o mercado e as suas necessidades e decidiu retomar o formato de feira bienal.
Tal como foi anunciado recentemente a Concreta vai voltar a ser uma feira bienal, quais as razões desta mudança?
Após alguns estudos de mercado percebemos que alguma coisa deveria ser feita. No ano passado, com a reestruturação da equipa, perspectivou-se que este realinhamento fosse feito em 2007. E é neste ano para passar a ser bienal e a ser realizada nos anos impares. É um regresso à formula antigo visto que a Concreta passou a anual de 1999 para 2000.
Mas qual foi o grave motivo da mudança?
Foi, sobretudo, a opinião dos nossos expositores e a quebra de massa critica que se sentiu nas últimas edições. Ao analisar a assiduidade daqueles que vinham à feira, notamos que alguns apenas marcavam presença de dois em dois anos.
E qual a razão da falta de presença anual?
Uma das razões é o facto de algumas empresas não terem novidades todos os anos que justificassem uma presença anual, para além da recessão económica no mercado da construção. E, claro que a não presença de alguns expositores, leva a que outros também não marquem presença.
Recordo que na edição anterior existia a ideia de tornar a Concreta uma feira temática, sendo que anualmente mudaria o tema, vão continuar com essa estratégia?
Existia a intencão da rotatividade de temas na Concreta, mas através de contactos com várias empresas, algumas delas com mais de um contacto por empresa, decidimos afinar a estratégia para que voltasse a ser bienal e à formula anterior. Até porque a feira tem de se concentrar nos grandes sectores da fileira da construção civil, e se há sectores que têm capacidade de estar, outros não. Tivemos isso em conta e por isso optámos por ser uma feira de fabricantes e representates exclusivos de marca de dois em dois anos.
Mas vai existir algum tema especial para esta edição? Vai haver alguma especial num mote?
Houve um esforço no sentido de reorientar a feira e isso condiciona a escolha de uma temática. Em anos anteriores formatava-se um tema de charneira. Este ano, ainda nada está decidido. Por vezes a temática surge através dos encontros paralelos que ocorrem na feira. Existem vários estudos que apontam para temáticas ligadas à reabilitação e sustentabilidade. São muito pertinentes para o sector. Este ano a novidade é esta nova periodicidade, de futuro talvez existam temas que sejam abordados de forma diferente em cada feira.
Qual tem sido a reacção do mercado desta "Concreta renovada"?
O mercado tem reagido muito bem. Tem sido uma medida muito aplaudida. Sectores como as tintas, as cerâmicas e os quimicos aplaudem que a "sua" Concreta se torne bienal. Existem também factores emotivos na participação das empresas na feira.
E o sector das tintas que não têm marcado presença nas últimas edições vai voltar?
Sim, vão voltar na edição deste ano. As tintas Cin e Robbialac, por exemplo já estão confirmadas na feira.
A próxima edição já será dentro deste novo figurino de organização? E o que se pode esperar da próxima edição?
A edição deste ano será já no novo figurino. A comercialização da edição deste ano está já a finalizar e está a correr muito bem. Mas queria sublinhar que o facto das tintas terem deixado de estar presentes e regressarem agora é já uma grande vitória. Vai ser um valor acrescentado que vai ser dado à feira. Foi um trabalho feito pela Exponor com um protocolo com a associação de fabricantes de tintas. Chegámos à conclusão que eles não têm novidades para apresentar todos os anos, nem sequer duas vezes por ano. Outro sector que irá estar presente é o das madeiras. Por exemplo o grupo Vicaima vai regressar à feira, o grupo Sonae Industria também. E nas cerâmicas iremos ter o grupo Aleluia que nunca esteve na feira. Ou seja, uma séria de empresas que acredita no novo figurino da feira.
E concretamente, o que irá mudar na próxima feira?
Para além das actividades paralelas que têm lugar em todos as edições, da responsabilidade de Ordens profissionais e sectoriais, vamos manter a conferência de arquitectos, e iremos fazer o lançamento de um livro sob a chancela da Concreta, embora o tema ainda esteja a ser discutido com os arquitectos. Mas a grande novidade será a criação de certos espaços na feira onde os expositores poderão mostrar, ao vivo a aplicação dos materiais
Mas isso já não acontecia anteriormente em certos expositores?
Vamos colocar em zonas estratégias onde o visitante irá ter de parar e interagir com a demonstração. As cimenteiras a fazerem a aplicação de argamassas, as cerâmicas a aplicarem algum revestimento, etc. Vai dar um maior envolvimento da organização com os expositores e as suas demonstrações. E, no fundo, será trazer cada vez mais profissionais do sector à feira, para além de sabemos que as empresas estão muito interessadas nessas demonstrações. Vamos lançar, também, o prémio Concreta que versa sobre a temática de inovação e design nas peças dos nossos expositores que vão estar em exposição em um dos expositores da feira.
Como irá ser a divisão dos dias entre profissionais e público em geral? Vão estar abertos ao domingo?
Não, a feira será de terça a sábado e apenas no último dia será aberto ao público em geral. Os restantes dias são exclusivamente para profissionais. O facto de apostarmos tanto nas actividades paralelas é mesmo o de apoiar e chamar os profissionais do sector.
E mais novidades?
Vamos também desenvolver um concurso de instaladores. E estamos a falar da instalação de tubos de climatização, de cerâmicas, de tintas.
Já começaram a comunicar este formato fora de portas, em Espanha, por exemplo? E como está a correr essa divulgação?
Para nós é importante actuar em dois níveis, quer a nível de expositores quer de visitantes. Como sabe, a Exponor tem delegacões em Vigo, Madrid Barcelona de forma a captar expositores e compradores, através de um apoio do ICEP. Mas estamos a dar atenção a outros mercados sobretudo os mais emergentes como a Polónia, Cazaquistão e Rússia. Também a China e o Japão no mercado de compradores, onde ainda estamos em negociações. Para além de Moçambique e especialmente Angola, e ainda o mercado dos Emirados Árabes Unidos que é muito importante para a área da cerâmica.
E neste objectivo de internacional, qual o posicionamento que a Concreta quer ter a nível europeu?
A ideia é um posicionamento ibérico. Este ano será a rampa de lançamento e com o projecto de mudança de instalações que está prevista para 2011, a concretizar-se, irá posicionar-se a nível ibérico.
Nos anos que a Concreta se realiza, realizam-se também outras importantes feiras internacionais para o sector, isso não poderá levar a que alguns expositores não participarem na vossa feira?
As feiras que existem em simultaneo com a Concreta são feiras mais específicas, a feira Concreta é mais generalista. A Concreta é uma feira já com vinte e três edicões e já marcou o seu enquadramento no calendário europeu de feiras. Há uma feira que se realiza muito próximo da Concreta, mas sectorial,importante para o sector das cozinhas. Claro que poderá logisticamente existir um aperto de calendário para alguns expositores. Mas feiras genéricas como a Construmat, Batimat, que se realiza em Novembro, ou uma Tektónica, com um modelo muito semelhante, não se sobrepõe.
Por falar em Tektónica, agora com esta nova definição da Concreta, qual a grande diferença entre as duas feiras?
Sobretudo a periodicidade e o facto de sermos um feira muito dedicada à parceria de negócios.
E não seria ainda mais positivo para o mercado nacional que ambas as feiras fossem bienais e cada uma se realizasse em anos alternados?
É uma decisão que cabe à Tektónica, não nos cabe a nós responder a isso.
Qual o número de visitantes que esperam para a próxima feira?
Temos uma média de visitantes na ordem dos 85 mil. Nos últimos anos tem havido um decréscimo porque houve um esforço de profissionalizar a feira. Quando tinhamos os sábados e domingos ao público em geral o número de visitantes era maior, mas a expectativa do número de visitantes é a mesma dos últimos dois anos
Quantos expositores esperam para esta edição?
Estamos a contar entre os 500 e 600 expositores directos, há partida não vamos ocupar as galerias que anteriormente eram ocupadas, o que poderá alterar alguma coisa, mas pouca.
E as negociações com os participantes para as actividades paralelas ainda estão a decorrer?
A nossa de taxa de ocupação é elevada,. mas em termos de actividades paralelas ainda estamos a redifinir alguma coisa. A primeira versão das actividades será conhecida em Setembro. Existem muitos temas a nível de legislação que poderá ser pertinente abordar nessa altura.