Um edifÃÂcio com “A.L.M.A.â€Â
A Academia de Música da Lousã vai sofrer uma recuperação e ampliação pelo traço de Paulo Mateus, que partindo da nova sigla do equipamento, A.L.M.A, desenvolveu um espaço “minimalista, discreto e em sintonia com a envolvente†A Academia de Música da Lousã nasceu no ano de 2001 com o objectivo de proporcionar aos habitantes daquela… Continue reading Um edifÃÂcio com “A.L.M.A.â€Â
Ana Rita Sevilha
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A Academia de Música da Lousã vai sofrer uma recuperação e ampliação pelo traço de Paulo Mateus, que partindo da nova sigla do equipamento, A.L.M.A, desenvolveu um espaço “minimalista, discreto e em sintonia com a envolventeâ€Â
A Academia de Música da Lousã nasceu no ano de 2001 com o objectivo de proporcionar aos habitantes daquela localidade, um espaço de carácter lúdico e pedagógico, que oferecesse actividades direccionadas para a dinamização musical e cultural. Nesse âmbito, surgiu a ideia de acentuar este projecto multidisciplinar, concentrando no mesmo espaço um maior número de valências, tais como especializações em áreas musicais, artÃÂsticas e produção, e através de uma remodelação e ampliação do existente criar a Academia da Louzan de Musicologia e Artes, a A.L.M.A. Com projecto de arquitectura assinado pelo atelier de Paulo Mateus, o edifÃÂcio localizado no centro histórico da vila, “desenvolveu-se de uma forma clara e organizada, segundo um programa estabelecido a prioriâ€Â, explica o autor na memória descritiva da proposta, sublinhando que o edifÃÂcio “carecia urgentemente de vida – almaâ€Â, uma vez que se encontrava em avançado estado de degradação.
Conceito
Como explicou Paulo Mateus ao Construir, a sigla da instituição, A.L.M.A., “proporcionou o desenvolvimento de um projecto que seja em si mesmo uma metáfora material, fÃÂsica, do mais profundo e complexo, discutÃÂvel e indefinÃÂvel do ser humano: a alma. Assim, toda a organização espacial se desenvolveu a partir desta ideia – conceito baseâ€Â. Tendo como filosofia de intervenção, entre outros, a recuperação de um edifÃÂcio localizado no centro histórico, revitalizando-o e contribuindo para o restauro do património histórico da Lousã, a articulação entre as pré-existências e os novos processos e conceitos foi para Paulo Mateus de primordial importância. O autor refere ainda que, “respeitar o desenho/intento original do edifÃÂcio, imprimindo-lhe uma estética actual e contemporânea, fazendo assim, a fusão temporal históricaâ€Â, foi fundamental no desenvolvimento da proposta. Nesse âmbito, segundo Paulo Mateus, respeitar o alçado principal foi a primeira preocupação “para se deixar a marca de um passado histórico estético-arquitectónicoâ€Â. Em termos de inovação, o autor do projecto aponta o carácter minimalista, discreto e em sintonia com a sua envolvente, bem como a permeabilidade visual e espacial entre interior e exterior, que foi conseguido “através da criação de diversos pátios†que permitem a intercomunicação.
Percurso marcante
Com acesso a partir de um espaço de praça, onde anteriormente estava o estacionamento, a entrada na academia faz-se através de um “percurso perceptÃÂvel e marcanteâ€Â, onde como explica Paulo Mateus, “tudo aconteceâ€Â. A praça pretende proporcionar um espaço de convÃÂvio, que remete “simbolicamente para a antiga ÃÂgora (principal praça pública nas cidades da Grécia antiga)â€Â. Este espaço de encontro visa ainda “favorecer a leitura do próprio edifÃÂcio (como um todo), ser o ponto de confluência dos utentes, e promover a dinâmica cultural e artÃÂstica da A.L.M.Aâ€Â, lembrando que a arquitectura deste edifÃÂcio está intimamente relacionada com a missão da A.L.M.A., as pessoas. Chegando ao piso 0, o edifÃÂcio abre-se para um espaço de recepção, a partir do qual o edifÃÂcio se desenvolve e ganha vidaâ€Â. Uma vez no centro deste espaço, o utilizador terá do seu lado esquerdo um bar, que promove o convÃÂvio e pequenos concertos; e do lado direito uma zona destinada àsecretaria e administração. A partir da zona de entrada o utilizador terá ainda acesso a um auditório com capacidade para receber cerca de 100 pessoas. No piso 1 do edifÃÂcio irá surgir outra peça fundamental deste projecto, o estúdio, assim como condições espaciais que enriquecem o seu funcionamento, tais como sala de espera, sala multidisciplinar e sala de controlo. Continuando num percurso ascendente, a academia irá contemplar no piso 2 salas de formação, e no último piso, este já desenhado enquanto ampliação e substituição da cobertura, ficarão todos os espaços inerentes àcoordenação dos diferentes departamentos e administração do equipamento.
Coerência material
Ao nÃÂvel da materialidade, Paulo Mateus explicou ao Construir que foi determinante na escolha dos materiais a intenção de obter uma relação harmoniosa com o que já existia na envolvente, respeitando-a. Nesse sentido, a escolha recaiu primeiramente no granito, não só por ser um material nobre, mas também por através dele ser possÃÂvel obter uma leitura contÃÂnua com o pré-existente. O vidro foi outro dos materiais eleitos pela equipa projectista, que revelou ter optado por uma utilização predominante do mesmo devido àpossibilidade de criar relações permeáveis. Aliado ao granito e ao vidro, o cobre foi o terceiro material a integrar a lista. Com aplicação na cobertura e servindo de revestimento a algumas das paredes dos novos corpos que integram o último piso, ao cobre foi induzida a responsabilidade de unir a pré-existência com a nova intervenção através “de uma ligação intemporalâ€Â, explica Paulo Mateus. A escolha dos materiais no que respeita ao interior da academia foi segundo o autor da proposta, tendo em consideração estudos de acústica, que ajudaram não só a definir a qualidade do material, mas também outras caracterÃÂsticas essenciais a uma boa performance.