Unidade industrial convertida em hotel
No âmbito da candidatura apresentada pela Região de Turismo da Serra da Estrela ao Programa Integrado TurÃÂstico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER), o edifÃÂcio que acolheu a primeira manufactura de lanifÃÂcios da Europa do século XVIII, a antiga Fábrica de LanifÃÂcios Campos Mello & Irmão, será reconvertida numa unidade hoteleira de quatro estrelas… Continue reading Unidade industrial convertida em hotel
Ana Rita Sevilha
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No âmbito da candidatura apresentada pela Região de Turismo da Serra da Estrela ao Programa Integrado TurÃÂstico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER), o edifÃÂcio que acolheu a primeira manufactura de lanifÃÂcios da Europa do século XVIII, a antiga Fábrica de LanifÃÂcios Campos Mello & Irmão, será reconvertida numa unidade hoteleira de quatro estrelas e num núcleo habitacional. Inserida num contexto urbano que alberga um vasto conjunto de complexos industriais pertencentes àIndústria dos LanifÃÂcios, actividade profissional que em tempos era a base económica e social do concelho da Covilhã, os mesmos encontram-se actualmente desactivados devido ao desenvolvimento social e urbano da cidade. Contudo, a antiga Fábrica de LanifÃÂcios Campos Mello & Irmão reúne caracterÃÂsticas como boa localização, centralidade, contexto urbano, histórico e social, que reforçaram a intenção de reformulação da unidade industrial em unidade hoteleira, permitindo, desta forma, a revitalização do seu edificado e zona envolvente. Integrado no plano de ordenamento da Ribeira da Carpinteira, Sérgio Catita, coordenador da equipa projectista que desenvolveu a proposta, explicou ao Construir que nesse plano estão propostas algumas áreas habitacionais, comércio e serviços, bem como a criação de estruturas paisagÃÂsticas e percursos urbanos, que incitam àinteracção das pessoas com o espaçoâ€Â. O conjunto dará assim lugar a um estabelecimento hoteleiro de quatro estrelas, com 138 unidades de alojamento constituÃÂdas por 136 quartos e duas suites, que por sua vez ficarão distribuÃÂdos por dois blocos, B1 e B2. O primeiro bloco é o que actualmente contempla o edifÃÂcio da fábrica, e o segundo será um volume novo que ficará implantado numa cota mais elevada. O conjunto compreende ainda um núcleo habitacional que será integrado numa das zonas pré-existentes do antigo complexo industrial.
Filosofia de intervenção
A proposta teve como referência as caracterÃÂsticas arquitectónicas existentes na envolvente, para que o projecto “fosse ao encontro das tendências de linguagem e desenvolvimento da envolvente próximaâ€Â, lê-se na memória descritiva. Relativamente ao método de intervenção adoptado pelo Ideias do Futuro, Sérgio Catita revelou ao Construir que, “o projecto tem como filosofia de concepção, a criação de uma estrutura edificada que nasce em função de uma pré-existência de grande importância histórica para a cidade, bem como uma linguagem arquitectónica industrial predominanteâ€Â. Nesse sentido, “o hotel surge integrado nesta estrutura num pacto de harmonia visual e desfrutando da fachada de granitoâ€Â, adoptando uma linguagem que remete para “a ligação tectónica aos materiais naturais e àhumanização dos mesmosâ€Â. A forma como as pré-existências se adaptam e se deixam adaptar pelos novos volumes foi para Sérgio Catita “um factor determinante no desenvolvimento da ideia, tendo sempre como referência, que apesar da estrutura ser completamente renovada e o uso completamente diferente do anterior, a memória urbana da antiga fábrica nunca seria posta em causaâ€Â. Contudo, este diálogo entre pré-existências e novos volumes, entre industrial e hoteleiro, teve as suas dificuldades e limitações, sendo a “modulação das fenestrações da fachadaâ€Â, um dos grandes desafios, uma vez que era necessário adaptar dois tempos, duas linguagens e uma tipologia de hotel a uma unidade de caracterÃÂsticas industriais.
Peças independentes
ConstituÃÂdo por diferentes valências e usos, o empreendimento funciona como um conjunto arquitectónico e urbano, de forma a dar resposta às necessidades programáticas exigidas. A diversidade é a base de outra das caracterÃÂsticas do conjunto, que como explica Sérgio Catita, consiste no facto de “apesar de ser uma peça única, os usos têm a capacidade de funcionalmente serem independentes em termos de acessos às vias de comunicação, estacionamentos, entre outrosâ€Â. As questões inerentes àsustentabilidade foram também equacionadas pela equipa projectista no decorrer da elaboração da proposta, nomeadamente, “na escolha de materiais e soluções técnicas de aproveitamento das energias alternativas tal como os recursos solares e hÃÂdricosâ€Â, esclarece o mesmo responsável. De uma forma genérica, Sérgio Catita explica que “a solução adoptada demarca a necessidade de criar um elemento de embasamento feito em pedra granÃÂtica, funcionando como a base das construçõesâ€Â, onde “a um nÃÂvel superior as fachadas se caracterizam por um misto entre a solução tradicional de paredes e vidroâ€Â. Relativamente ao sistema de coberturas, o coordenador da equipa sublinha que a utilização do zinco permite “uma linguagem de alçado que vai ao encontro do conceito que serviu de base ao hotelâ€Â, sendo que “as coberturas do núcleo habitacional serão planas, assemelhando-se a terraços para quem circula no arruamento de cota mais elevada confinante ao empreendimentoâ€Â.