O equilÃÂbrio pelo traço Aires Mateus
Alcácer do Sal vai receber um lar de idosos, com a assinatura de Francisco e Manuel Aires Mateus, que se caracteriza por “um corpo sereno que se estende ao longo de umparqueâ€Â. Privilegiando as relações entre interior e exterior, o edifÃÂcio visa promover uma vivência pontuada pelo conforto, através de geometrias variadas que abrem o… Continue reading O equilÃÂbrio pelo traço Aires Mateus
Ana Rita Sevilha
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Alcácer do Sal vai receber um lar de idosos, com a assinatura de Francisco e Manuel Aires Mateus, que se caracteriza por “um corpo sereno que se estende ao longo de umparqueâ€Â. Privilegiando as relações entre interior e exterior, o edifÃÂcio visa promover uma vivência pontuada pelo conforto, através de geometrias variadas que abrem o volume ao exterior
Francisco e Manuel Aires Mateus são os autores de um lar de idosos que vai nascer em Alcácer do Sal, num terreno pertencente àSanta Casa da Misericórdia local, e que de acordo com os mesmos, se define conceptualmente como “um corpo sereno que se estende ao longo de um parque de óbvias valências públicasâ€Â. Após uma primeira análise da área de intervenção, os autores do projecto descobriram que o terreno tinha como principal qualidade a “possibilidade ainda existente de nele serem criadas áreas exteriores de qualidadeâ€Â. Estas áreas foram entendidas como uma “mais-valia em termos de usufruto pela população residente ou visitanteâ€Â, e ajudaram a clarificar, na análise realizada pelo atelier e a direcção da Santa Casa da Misericórdia, quais os edifÃÂcios com qualidade e desempenho para serem mantidos, com o objectivo de libertar a maior área possÃÂvel para a implementação do novo conjunto, bem como de áreas exteriores. Tendo como ponto de partida o equilÃÂbrio entre área construÃÂda e espaço vazio, os autores do projecto explicam que, apesar de as “adaptações interiores dos edifÃÂcios existentes não fazerem, no geral, parte deste projectoâ€Â, foi na procura desse equilÃÂbrio que “reside a razão de base das demolições previstasâ€Â.
Corpo permeável
O edifÃÂcio do lar de idosos, “que será implantado de forma natural sobre o terreno, visa manter com os arranjos exteriores uma relação muito directa privilegiando as relações interior/exterior em todos os pisosâ€Â, pode ler-se na memória descritiva da proposta. Formado por um corpo único que se posiciona no canto sul/nascente do complexo, o novo volume acompanha a pendente natural do terreno e reúne no piso térreo as áreas predominantemente sociais, mantendo uma estreita relação com o edifÃÂcio de apoio já existente. De forma a ser integrado no novo conjunto, este edifÃÂcio de apoio foi sujeito a uma “remodelação cosméticaâ€Â, revelam Francisco e Manuel Aires Mateus, explicando que essa intervenção pretende dotar o edifÃÂcio “de uma linguagem capaz de estabelecer†com o novo conjunto “um diálogo equilibradoâ€Â, o que, devido àsua posição relativa na nova área a tratar, obrigou “a adaptações, essencialmente externas, ao nÃÂvel dos revestimentos e caixilhariasâ€Â. O piso térreo concentra assim as áreas ligadas às diversas actividades lúdicas, áreas de recepção e apoio a visitantes, sala de jantar, sala de convÃÂvio e áreas técnicas. Os pisos superiores do edifÃÂcio estão vocacionados para receber os quartos e respectivas áreas de apoio, bem como áreas destinadas ao convÃÂvio em espaços delimitados. Acentuando a relação entre interior/exterior, os quartos usufruem de uma área exterior em varanda também privada, e os corredores de distribuição terão geometrias variadas, com o objectivo de animarem os percursos internos, sendo pontuados por pequenas janelas que se abrem sobre o parque. Pontuados por diferentes aberturas são também os vários volumes que compõem o edifÃÂcio, o que permite “o recuo do plano de vidro, assegurando um melhor controlo da forte insolaçãoâ€Â.
ÃÂreas exteriores
Toda a intervenção demonstra um cuidado com os arranjos e relações exteriores, reforçando um sentido de parque mais ligado ànatureza do lugar do que àideia de um clássico jardim. Segundo os autores do projecto, “as áreas exteriores propostas dividem-se essencialmente em dois núcleos. Uma área de maiores dimensões em que será criada uma área de parque, com zonas amplas de coberto vegetal e árvores, enquadradas por passeios que assinalam percursos que convidem a uma fruição, não só dos idosos mas também das respectivas famÃÂlias, visando a criação de espaços de interacção entre a comunidade residente e a população em geral. Uma segunda área, de carácter mais privado visa a criação de jardins temáticos, em que se pretende o incentivo àmanutenção por parte da comunidade residente, numa clara ligação a uma tradição rural que poderia, ainda que quase simbolicamente, ser recuperadaâ€Â. Destinando-se a uma faixa etária especÃÂfica e com condições fÃÂsicas variadas, Francisco e Manuel Aires Mateus revelam que as preocupações ao longo do desenvolvimento do projecto ultrapassaram os aspectos legais em vigor, indo “para lá das normas estabelecidas promovendo o máximo conforto àpopulação residenteâ€Â. Desta forma, os autores do projecto procuraram “dar resposta não só a questões da viabilização da mobilidade, mas essencialmente responder a condições de vida, nalguns casos bastante adversas, nomeadamente numa ligação entre interior/exterior, na criação de espaços exteriores privados para cada quarto protegidos da insolação directa, no desenho de percursos variados com áreas de estar intercaladas, na criação de diversos espaços de lazer e convÃÂvio em todos os pisos, e na procura de áreas exteriores de carácter mais privado, promovendo o desenvolvimento de pequenos trabalhos pela comunidade.