Miguel Saraiva assina projecto nos Açores
O atelier Miguel Saraiva & Associados é o autor de um projecto pioneiro na ilha do Pico, Açores, que tem como conceito a valorização do património natural da ilha e a integração do edificado na paisagem envolvente. Através de uma implantação que respeita a topografia existente, o conjunto decompõe-se em volumes que se dissolvem no… Continue reading Miguel Saraiva assina projecto nos Açores
Ana Rita Sevilha
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O atelier Miguel Saraiva & Associados é o autor de um projecto pioneiro na ilha do Pico, Açores, que tem como conceito a valorização do património natural da ilha e a integração do edificado na paisagem envolvente. Através de uma implantação que respeita a topografia existente, o conjunto decompõe-se em volumes que se dissolvem no terreno
Localizado no ponto mais alto de Portugal, a ilha do Pico nos Açores, o novo desafio do atelier Miguel Saraiva & Associados é um projecto pioneiro naquele arquipélago, e tem como filosofia o desenvolvimento de recursos naturais e o aproveitamento e valorização do património natural da ilha através de uma integração harmoniosa entre o edificado e a paisagem que o envolve. O projecto do Eco-Resort e Spa das Lajes do Pico, ficará implantado numa zona “de elevado interesse paisagÃÂstico, qualidade cénica e ambiental com uma privilegiada panorâmica e relação com o marâ€Â, lê-se na memória descritiva da proposta. De acordo com o autor do projecto, Miguel Saraiva, “para além de ser uma iniciativa pioneira no Pico e ilhas circundantes, o Eco-Resort e Spa das Lajes do Pico será um empreendimento turÃÂstico sofisticado e moderno, quer na sua concepção e linguagem arquitectónica, quer nos equipamentos que predispõeâ€Â. Tendo como conceito arquitectónico e marca distintiva, a modernidade e a perfeita integração na paisagem, o conjunto turÃÂstico caracteriza-se pelos traços simples, pelas superfÃÂcies envidraçadas e pelos revestimentos em pedra, respeitando as zonas arbóreas e as plantas caracterÃÂsticas existentes no terreno de implantação. Como explica Miguel Saraiva, “o terreno encontra-se inserido numa zona de grande riqueza cénica, ambiental e paisagÃÂstica, mercê da extensa envolvente vegetal, óptima exposição solar (orientado Sul) e protecção dos ventos dominantes de Norte e vistas excelentes, com o Oceano Atlântico a ocupar quase totalmente o horizonte visual disponÃÂvel. As grandes superfÃÂcies envidraçadas permitem uma comunhão total com esta exuberante paisagemâ€Â.
Integração na paisagem
De forma a conseguir uma implantação harmoniosa na paisagem envolvente, o projecto apresenta uma estruturação que consiste numa divisão genérica em duas partes, a parte Sul e a parte Norte. No lado Sul ficará o hotel, o SPA e as zonas de lazer exteriores, e do lado Norte o aldeamento turÃÂstico, a recepção e o mini-mercado, implantando-se a meio os campos desportivos de forma a servirem as duas zonas. Segundo o documento da proposta, esta divisão resultou essencialmente de questões topográficas, uma vez que existe uma parte do terreno mais ÃÂngreme, nomeadamente a parte Sul, vocacionada para receber um edifÃÂcio de caracterÃÂsticas mais compactas e àvolta do qual não exista a necessidade de uma circulação pedonal frequente. Quanto àparte Norte, onde ficará implantado o aldeamento turÃÂstico, o terreno apresenta um declive “mais favorávelâ€Â, e nesse sentido, mais propÃÂcio àimplantação de edifÃÂcios mais esparsos e com maior necessidade de circulação. Os campos desportivos implantados na zona central, ficarão numa área topograficamente plana, e de forma a criar um todo entre as três partes, foi criado um arruamento principal que se desenvolve ao longo de todo o terreno e que funcionará como elemento unificador.
Programa em socalcos
Inserido numa área de terreno com cerca de seis hectares, o conjunto vai ocupar uma área de 5600 metros quadrados. Contemplando vários empreendimentos, tais como um hotel, um aldeamento turÃÂstico, SPA com piscina interior e exterior, zonas de lazer exteriores, court de ténis, campo desportivo, piscina natural e parque infantil entre outras valências, o eco-resort perfaz uma área total de construção de cerca de sete mil metros quadrados. Partindo do conceito de um conjunto edificado que se integra no património natural envolvente, o mesmo motivou a solução preconizada para o hotel que se materializou em vários volumes que se vão desvanecendo na paisagem, decompondo-se em socalcos ajardinados progressivamente imersos no terreno, “contribuindo assim ainda mais eficazmente para a integração paisagÃÂstica deste edifÃÂcioâ€Â, explica o documento da proposta. Para além destas preocupações houve ainda a necessidade de dotar cada quarto com uma vista para o Oceano, e de destinar o piso térreo para as zonas de recepção, restaurante, bar e zonas de estar, bem como de todos os espaços acessórios, encerrando-os num volume transparente com vista panorâmica sobre o mar e a paisagem envolvente. O aldeamento turÃÂstico, meio complementar de alojamento, segue a regra e o conceito do conjunto, e permite uma ligação visual e presencial com a envolvente. Com uma imagem moderna, mas recorrendo a materiais correntes tais como, reboco pintado a branco, superfÃÂcies envidraçadas e pedra da região aparelhada em paredes e muros, a ideia passou por criar unidades de alojamento unifamiliares de um só piso. Mais uma vez a ampliação dos volumes foi motivada pela necessidade de proporcionar a cada moradia uma vista desafogada, ampliada neste caso concreto pelo desnÃÂvel topográfico verificado no terreno de implantação.