ArkiByo propõe hotel entre dois tempos
A unificação de dois lotes numa das principais avenidas da cidade de Lisboa foi o desafio lançado àArkiByo, que através da utilização do vidro projectou um «diálogo» entre as pré-existências e a nova intervenção ConstituÃÂdo por edifÃÂcios localizados em duas frentes urbanas distintas, Avenida da Liberdade e Rua de São José, a proposta feita… Continue reading ArkiByo propõe hotel entre dois tempos
Ana Rita Sevilha
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A unificação de dois lotes numa das principais avenidas da cidade de Lisboa foi o desafio lançado àArkiByo, que através da utilização do vidro projectou um «diálogo» entre as pré-existências e a nova intervenção
ConstituÃÂdo por edifÃÂcios localizados em duas frentes urbanas distintas, Avenida da Liberdade e Rua de São José, a proposta feita ao ateliê ArkiByo foi a de unir os dois lotes de forma a ampliar o conjunto hoteleiro de quatro estrelas, mantendo no entanto as caracterÃÂsticas formais dos edifÃÂcios. Implantadas na Avenida da Liberdade, números 138 a 142, e na Rua de São José, números 125 a 129, as pré-existências comportam um programa tradicional hoteleiro de quatro estrelas com um total de 100 quartos duplos. Com frentes urbanas de caracterÃÂsticas distintas, o edificado virado para a Avenida da Liberdade, onde actualmente o hotel se insere, engloba «um conjunto de três edifÃÂcios com caracterÃÂsticas singulares», refere a memória descritiva da proposta. Já na rua de São José, o projecto pretende «contribuir para a preservação do carácter estável da rua», lê-se no mesmo documento. Assim, de acordo com o responsável pelo projecto, Henrique Rodrigues da Silva, a proposta «pretende introduzir um conjunto de componentes arquitectónicas capazes de devolver a escala, o ambiente e o valor patrimonial ao conjunto».
«Diálogo»
Integrado numa área classificada como Zona de Especial Protecção pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), toda a estratégia de projecto teve por base «o respeito pelos valores especÃÂficos das diferentes zonas», nomeadamente a zona da Avenida da Liberdade classificada como ÃÂrea Consolidada de EdifÃÂcios de Utilização Colectiva Terciária, e a Rua de São José, classificada como ÃÂrea Histórica Habitacional. Segundo Henrique Rodrigues da Silva, o conjunto existente, «constitui a espessura de contacto com o exterior», sendo «esta pele pesada e maciça, que define os limites da nova intervenção». No entanto, sem estabelecer uma relação directa com a nova volumetria, o autor da proposta revela que é «na leitura do conjunto que o novo edifÃÂcio ganhará importância». Desta forma, o projecto contempla a recuperação das fachadas «mais interessantes», deixando para segundo plano o novo programa a implementar, que através da utilização de uma fachada de vidro que o envolve, «mantém uma imagem coerente em toda a sua extensão» sem se esconder o programa interior. O novo programa proporciona assim «um afastamento entre o primeiro plano das fachadas existentes, a manter, e o segundo plano da nova construção, criando um vazio entre ambos de forma a permitir uma leitura clara de dois tempos distintos», explica o autor da materialidade. A unificação pretendida das duas frentes urbanas passa, segundo Henrique Rodrigues da Silva, «pela apreensão da génese do projecto desde o exterior», percepção esta que é facilitada pelo facto de o piso térreo possibilitar «o atravessamento visual de todo o edifÃÂcio, permitindo adivinhar desde a ruas, as fachadas pré-existentes e o interior de todo o quarteirão, que encerra a nova intervenção». Questionado sobre os materiais utilizados nesta proposta de «diálogo entre dois tempos distintos, Henrique Rodrigues da Silva revela que os «materiais escolhidos reflectem a materialidade de cada época», utilizando sobre as fachadas existentes materiais de carácter mais denso e perene, nomeadamente «pedra maciça nos revestimentos e cantarias, madeira nas caixilharias e aço nos vãos ao nÃÂvel do piso térreo», e introduzindo na materialização da nova volumetria o «vidro, elementos pré-fabricados e revestimentos de carácter industrial».
Organização
A organização do programa no lote «procurou tirar partido da diversidade urbana proporcionada pela localização», refere Henrique Rodrigues da Silva, revelando que nesse sentido as áreas de maior densidade de utilização estão concentradas na frente da Avenida da Liberdade, remetendo para o interior do quarteirão e para a frente da Rua de São José, os espaços de carácter privado e sossegado. De acordo com o autor da proposta, o programa dos quartos, organiza-se entre o piso 1 e o piso 9, sendo este último um piso recuado, dos edifÃÂcios virados para a Avenida da Liberdade. O piso de entrada, piso 0, reúne as zonas de carácter público do hotel, «desenhando a profundidade, largura e volume do conjunto», nomeadamente as zonas destinadas àrecepção, bar, restaurante e centro de reuniões.
O health club ocupará a área interior dos edifÃÂcios da Avenida da Liberdade entre o piso 2 e o piso 6, bem como o edifÃÂcio com frente para a Rua de São José. É através deste edifÃÂcio que se realiza a entrada para o estacionamento do hotel, que por meio de uma rampa faz a ligação directa ao piso –2 dos edifÃÂcios virados para a Avenida da Liberdade. Do piso –2 ao –4 dessa frente organizam-se todas as áreas de apoio ao hotel e zonas técnicas, bem como o estacionamento e o centro de conferências.