Portugal estuda «cidades inteligentes»
Este projecto, que visa revitalizar os centros históricos e relançar a economia regional, conta com um conjunto de parceiros nacionais e internacionais e pretende regenerar os centros urbanos históricos através de parques de conhecimento e inovação que se encontram nas periferias. Barcelona, Dublin e Singapura são algumas das «boas práticas» destes projectos de cidades inteligentes… Continue reading Portugal estuda «cidades inteligentes»
Ana Rita Sevilha
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Este projecto, que visa revitalizar os centros históricos e relançar a economia regional, conta com um conjunto de parceiros nacionais e internacionais e pretende regenerar os centros urbanos históricos através de parques de conhecimento e inovação que se encontram nas periferias. Barcelona, Dublin e Singapura são algumas das «boas práticas» destes projectos de cidades inteligentes
A nova polÃÂtica de cidades do Governo assenta na criação de Intelligent Cities, centros urbanos inteligentes, para revitalizar e regenerar a malha urbana destas zonas da cidade. Para tal, está a ser desenvolvido um projecto que visa a preparação de uma estratégia para uma polÃÂtica de cidades a ser testada em Portugal, que conta com parceiros nacionais e internacionais, e que pretende desenvolver este conceito para uma futura aplicação. Entre os parceiros do projecto Intelligent Cities – Cidades Inovadoras e Competitivas para o Desenvolvimento Sustentável, encontra-se a Inteli – Inteligência e Inovação, empresa portuguesa que centra a sua actuação na gestão industrial de tecnologia e inovação, estando a sua actividade concentrada nas áreas de concepção e avaliação de polÃÂticas públicas, de geração e difusão de informação estratégica, e de fornecimento de soluções integradas de conhecimento. Em declarações ao Construir, Catarina Selada, directora de projectos da Inteli explicou que o que se pretende com o projecto das Intelligent Cities é «construir uma base de conhecimento de informação e um portfólio de melhores práticas para apoiar as polÃÂticas públicas na definição daquilo que será uma estratégia para uma polÃÂtica de cidades, e dar algumas recomendações para o que será o design e planeamento dos espaços de inovação ou innovation hubs». Para além da Inteli, o projecto conta ainda com o Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP), a Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), e em termos de parceiros internacionais, com a International Network for Urban Development (INTA), a Fundación Metrópolis e a Cardiff University.
Habitats de inovação
De acordo com o documento de apresentação do projecto, os sistemas urbanos são os motores de desenvolvimento regional, uma vez que questões como competitividade económica, qualidade de vida, equilÃÂbrio social, capacidade de inovação e sustentabilidade ambiental, «dependem da capacidade de reinvenção, design e governância das cidades». De acordo com o mesmo documento, o conceito de cidade sustentável tem como objectivo o bem-estar da população, o que contempla a satisfação das suas necessidades económicas e materiais, mas também as de ordem cultural, social e ambiental. Desta forma, o projecto divide-se em dois eixos interligados entre si, nomeadamente o desenvolvimento de uma estratégia de suporte àafirmação das cidades como habitats de inovação, e a dinamização de um instrumento de intervenção dessa estratégia, os innovation hubs. Segundo Catarina Selada, o que o projecto defende é que «parques cientÃÂficos e tecnológicos tradicionais que eram normalmente localizados fora das zonas urbanas acabam por ter resultados menos eficazes», como tal, a mesma responsável adianta que «a lógica agora é trazer esses espaços de inovação para dentro da cidade e aliar aquilo que é uma lógica de regeneração e revitalização urbana a questões ligadas àciência, tecnologia e engenharia, mas também articulando esta dimensão mais técnica com as componentes de arte, cultura e design». Félix Ribeiro, representante do Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP) no projecto, explicou ao Construir que a tarefa do departamento consiste em «identificar instrumentos que possam ser assumidos na realidade nacional e ajudar a implementar estratégias». O mesmo responsável refere questões como o envelhecimento da população e consequente segregação territorial, e o aumento do preço do petróleo como factos importantes da necessidade de implementação de polÃÂticas de cidades mais sustentáveis.
Linhas de intervenção
A preparação de uma estratégia para uma polÃÂtica de cidades constitui-se como um processo que, como explica o documento do projecto, pode «beneficiar de uma reflexão critica» sobre experiências recentes e anteriores de intervenções urbanas, bem como das opções de desenvolvimento nacional e de iniciativas inovadoras nesta matéria. A directora de projectos da Inteli, um dos parceiros desta proposta, referiu que a troca de experiências e conhecimentos entre paÃÂses é um passo importante no desenvolvimento destas polÃÂticas de intervenção e salientou um encontro que se realizou recentemente em Guimarães onde, «tentámos trazer vários especialistas internacionais para partilhar com eles experiências e casos de estudo que pudéssemos adaptar àrealidade nacional». Catarina Selada avança que existem cidades nacionais que já manifestaram o seu interesse, nomeadamente cidades que já tem projectos concebidos e em curso dentro desta filosofia, revelando que o que se pretende é trabalhar com estas zonas urbanas «em casos demonstradores que possam servir de alavanca para uma polÃÂtica futura». De acordo com a mesma responsável, o que o projecto pretende não é um conjunto de infra-estruturas fÃÂsicas e pesadas, «mas é muito mais uma filosofia e uma lógica de actuação em rede no centro da cidade», onde se misturem as componentes de arte, cultura, tecnologia, engenharia, design, numa lógica de utilização mista do espaço», onde se deixa de ter espaços próprios para o comércio, para trabalhar, para aprender, para investigar e até para nos divertir-mos e se implementam no centro da cidade espaços de utilização mista, onde se pode trabalhar, interagir, divertir e aprender no próprio centro urbano, sendo desta forma «mais uma cultura e filosofia de actuação que depois se reflecte a nÃÂvel polÃÂtico e na própria vida do cidadão».
Parceiros Estratégicos
O projecto Intelligent Cities – Cidades Inovadoras e Competitivas para o Desenvolvimento Sustentável, conta com parceiros nacionais e internacionais, dos quais a Inteli – Inteligência e Inovação é «o chefe de fila». Em termos de parceiros nacionais existe o Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP) e a Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), que funcionam como representantes do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional no projecto, e fazem a ponte com a polÃÂtica pública. A nÃÂvel internacional, o projecto conta com a Fundación Metrópolis, em Espanha, que alia a vertente de arquitectura e urbanismo, questão esta que segundo Catarina Selada «está ausente nas outras empresas da parceria», com as questões ligadas àinovação, cultura e arte; a Universidade de Cardiff em Walles, que tem as competências na área do planeamento regional e urbano, do ponto de vista conceptual; e a Associação Internacional de Desenvolvimento Urbano, na Holanda que tem como actividade principal organizar eventos e conferências referentes a esta matéria. Para além destes parceiros, o projecto conta com uma comissão de acompanhamento, que avalia estrategicamente as conclusões da iniciativa, e que integra representantes de cada um dos parceiros bem como especialistas nacionais e internacionais nestas áreas de actividade. Esta polÃÂtica de cidades baseada em innovation hubs, isto é, espaços onde convivem os sectores empresarial, de ciência, tecnologia, ensino e formação, e onde a tecnologia e o conhecimento são colocados ao serviço da revitalização e desenvolvimento urbano, já foram colocados em prática um pouco por todo o mundo, sendo o projecto «The digital Hub», no centro de Dublin, o «One north», em Singapura, e o «22@bcn», em Barcelona exemplos dados por alguns responsáveis pelo projecto como «exemplos de boas práticas». Catarina Selada, sublinha ainda que, «não queremos ter um projecto isolado e casuÃÂstico, mas sim um projecto que se articule com tudo o que se está a fazer em termos de polÃÂtica pública, mas também tendo em conta as estratégias e factores que já estão no terreno».