Internacionalização rima com dimensão?
Diversas entidades uniram esforços com o propósito de valorizar a engenharia portuguesa e promover a sua internacionalização. Roménia, República Checa, Hungria, Bulgária, Espanha e ÃÂfrica do Sul são os mercados prioritários A conferência «Dimensão Internacional da Engenharia Portuguesa» marcou o primeiro passo de um conjunto de iniciativas por parte da fileira industrial da engenharia portuguesa,… Continue reading Internacionalização rima com dimensão?
Carla Reis
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Diversas entidades uniram esforços com o propósito de valorizar a engenharia portuguesa e promover a sua internacionalização. Roménia, República Checa, Hungria, Bulgária, Espanha e ÃÂfrica do Sul são os mercados prioritários
A conferência «Dimensão Internacional da Engenharia Portuguesa» marcou o primeiro passo de um conjunto de iniciativas por parte da fileira industrial da engenharia portuguesa, com o objectivo máximo de dar a conhecer além fronteiras a capacidade da engenharia nacional. Deste grupo fazem parte a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS), Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP), em conjunto com a Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores (APPC), Associação de Empresas de Tecnologias Ambientais (APEMETA), Centro Rodoviário Português (CRP) e Instituto das Empresas para os Mercados Externos (ICEP). Este evento traduziu-se numa candidatura formal àmedida 8.2 de Apoio àInternacionalização da Economia, sob o âmbito do PRIME , o Programa de Incentivos àModernização da Economia.
Valorizar a engenharia
A conferência decorreu na Culturgest e as declarações iniciais estiveram a cargo de Fernando Santo, bastonário da Ordem dos Engenheiros, para quem «a engenharia precisa de um espaço próprio para existir», uma vez que «ainda em Outubro deste ano lectivo, nos politécnicos foram ocupadas apenas 35 por cento das vagas dos cursos de engenharia, na primeira fase». Na sua opinião, algo precisa de ser feito e «temos que inverter este processo porque existem condições internas para produzir bons engenheiros; mas não basta ser bom, é preciso saber vender o produto». A revista Ingenium está actualmente a ser distribuÃÂda em Cabo Verde e Moçambique, mas segundo Fernando Santo, «os apoios àinternacionalização parecem ter pesos e medidas diferentes». As temáticas seguintes atribuÃÂram especial enfoque às questões da internacionalização da engenharia e às perspectivas da actuação estratégica, tendo sido apresentado o projecto designado por «Engenharia Portuguesa», a par com a exibição do filme promocional «Build». João Marques da Cruz, presidente do conselho directivo do ICEP, defende a promoção da engenharia portuguesa e avança que no passado «aquilo que nos separou da recessão foi o peso das exportações, embora baixo». Nas suas palavras, «estamos muito dependentes da União Europeia e é preciso diversificar mercados, produtos e serviços». Segundo o responsável do ICEP, é bastante importante que as empresas captem o maior valor acrescentado, com o menor risco possÃÂvel envolvido e «é necessário haver um equilÃÂbrio entre especialização de nichos e conseguirmos ir a mercados desenvolvidos onde não temos tradição».
Exemplos bem sucedidos
Seguindo o propósito principal de motivar as empresas a optarem por um caminho de internacionalização, António Mota, presidente do conselho de administração da Mota-Engil, foi convidado a relatar a experiência da construtora e identificou como principal entrave ao crescimento internacional as próprias caracterÃÂsticas inerentes ao mercado português, já que «há um número excessivo de empresas sem dimensão e só existem dois caminhos possÃÂveis para a internacionalização: ou tendo dimensão ou sendo especialista num nicho de mercado». Ao nÃÂvel da concentração no sector da construção, António Mota refere que existiram apenas duas operações, levadas a cabo pela Mota-Engil e pela empresa Monteadriano, «contra 26 exemplos dos nossos vizinhos espanhóis». Pessimista perante a actual conjuntura do sector, o responsável da Mota-Engil mencionou repetidas vezes o caso espanhol, considerando que este é um exemplo que deveria ser seguido de perto porque «copiar não fica mal», concluindo que «nenhum de nós tem dimensão para actuar em pleno no mercado internacional, nem a Mota-Engil». A Europa Central é a aposta da construtora em termos internacionais, a par com os PALOP, os paÃÂses do MAGREB, os paÃÂses produtores de petróleo e o Brasil, referiu António Mota, e a chave para o sucesso passa por «raciocinar em termos globais e agir em termos locais».
Acções previstas
A fileira industrial da engenharia tem diversas acções agendadas até ao final do ano, tais como a participação em feiras, arealização de workshops, elaboração de guias e missões empresariais, não só a mercados, mas também a grandes instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento. Os promotores deste projecto seleccionaram como mercados prioritários a Roménia, República Checa, Hungria, Bulgária, Espanha e ÃÂfrica do Sul, sendo este último o organizador do Mundial de Futebol de 2010, o que significa uma boa oportunidade para divulgar a experiência das empresas portuguesas na realização de infraestruturas associadas a grandes eventos desportivos.