Pritzker falado em português
É o terceiro laureado de lÃÂngua portuguesa e o segundo brasileiro a receber o Pritzker, o mais alto prémio da arquitectura mundial. Conhecido pela sua arquitectura simples e depurada de artifÃÂcios, Paulo Mendes da Rocha é hoje uma referência na profissão que exerce há mais de 50 anos Paulo Mendes da Rocha é brasileiro tem… Continue reading Pritzker falado em português
Ana Baptista
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É o terceiro laureado de lÃÂngua portuguesa e o segundo brasileiro a receber o Pritzker, o mais alto prémio da arquitectura mundial. Conhecido pela sua arquitectura simples e depurada de artifÃÂcios, Paulo Mendes da Rocha é hoje uma referência na profissão que exerce há mais de 50 anos
Paulo Mendes da Rocha é brasileiro tem 78 anos e foi o vencedor do Prémio Pritzker de Arquitectura 2006, sagrando-se assim o segundo brasileiro a receber este galardão, depois de Oscar Niemeyer o ter ganho em 1988,l e o terceiro de lÃÂngua portuguesa, contando com Siza Vieira, premiado em 1992. Thomas J. Pritzker, presidente da Fundação Hyatt e membro do júri, salientou que esta menção se deveu ao seu «profundo entendimento de espaço e escala através da grande variedade de edifÃÂcios que projectou – residências particulares, complexos de moradias, uma igreja, museus e estádios -, bem como através do planeamento urbano». «As lições a serem aprendidas do seu trabalho, como arquitecto praticante e professor, são universais», acrescentou aquele responsável em comunicado.
Mendes da Rocha iniciou a sua carreira profissional em meados dos anos 50 e é considerado como um dos arquitectos participantes do então denominado movimento de «vanguarda» de São Paulo, «protagonizado por profissionais liberais cujo trabalho, frequentemente usando materiais e formas simples, enfatizaram a dimensão ética da arquitectura», pode ler-se no comunicado da Fundação Hyatt. Aliás, é esta forma de fazer arquitectura que tem caracterizado todos os seus projectos. É o caso do Museu Brasileiro de Escultura (1988), em São Paulo, umas das suas obras mais conhecidas, caracterizada por não se encaixar no tradicional conceito de museu e por se desenvolver no subsolo, coberto com uma enorme viga de betão. Este projecto, tal como o da reabilitação da Praça Patriarca, em São Paulo, são claros exemplos dessa arquitectura depurada e simples que realiza. Internacionalmente, destaca-se o seu trabalho para o Centre Pompidou, em Paris, no ano de 1972, e para o pavilhão brasileiro na Expo’70 em Osaka, Japão.
Recentemente viu concluÃÂdo o Museu da LÃÂngua Portuguesa, também em São Paulo, o primeiro do género a surgir no Brasil, naquele que é um edifÃÂcio construÃÂdo a partir da recuperação da Estação da Luz, um edifÃÂcio histórico daquela cidade datado de 1901. Na Galiza, actualmente está a desenvolver o masterplan para uma «Cidade Tecnológica» na Universidade de Vigo, cujo objectivo é integrar os novos edifÃÂcios da biblioteca, departamentos de engenharia, dormitórios de estudantes, e escritórios administrativos, projectados por vários diferentes arquitectos espanhóis, num esquema paisagÃÂstico que também estimula a comunicação dos prédios. «Para Mendes da Rocha o significado da arquitectura não é a criação de prédios isolados, mas responder àeterna questão do habitar humano», referiu outro dos membros do júri.
Biografia de um arquitecto paulista
Paulo Archias Mendes da Rocha, ou Paulinho, como é conhecido e tratado pelos amigos, nasceu a 25 de Outubro de 1928 em Vitória, capital do estado de EspÃÂrito Santo, no Brasil. Filho de Angelina Derenzi, de descendência italiana, e de Paulo Menezes Mendes da Rocha, um engenheiro brasileiro, passou a sua infância entre Vitoria e a ilha de Paquetá, na BaÃÂa de Guanabara, no Rio de Janeiro. Nos anos 30, Paulo Mendes da Rocha mudou-se com a famÃÂlia para São Paulo.
Estudou arquitectura na Mackenzie Architecture School e terminou o curso em 1954, casando nesse mesmo ano. Este foi o seu primeiro matrimónio, que durou 18 anos e do qual nasceram cinco filhos: Renata, Joana, Paulo, Guilherme e Pedro. Do seu segundo casamento nasceu mais uma filha, Nadezhda. Iniciou o seu trabalho como arquitecto pouco depois de ter saÃÂdo da faculdade, ao vencer um concurso nacional para a construção de um ginásio, piscina e áreas para desporto no Clube Atlético Paulistano. Este projecto valeu-lhe, em 1961, o primeiro prémio da sexta edição da bienal de arquitectura de São Paulo. A esta juntam-se outras distinções, como o Mies van der Rohe para a Arquitectura Latino Americana.
Em 1969 começou a leccionar na Universidade de São Paulo, mas cedo teve de deixar o ensino, devido ao regime ditatorial que se vivia naquela altura no Brasil. Regressou depois no perÃÂodo entre 1980 e 1999. Em simultâneo com a prática e ensino da arquitectura, Paulo Mendes da Rocha foi ainda presidente do Instituto Brasileiro de Arquitectos.
O Pritzker
O Prémio Pritzker de Arquitectura foi atribuÃÂdo pela primeira vez em 1979 e tem como objectivo distinguir, todos os anos, um arquitecto vivo cujo trabalho combine «talento, visão e comprometimento, e que tenha contribuÃÂdo para o ambiente construÃÂdo através da arte da arquitectura». Dos laureados constam nomes como Thom Mayne, o vencedor em 2005; Zaha Hadid; Renzo Piano ou Frank Ghery. A cerimónia de entrega realizar-se-á a 30 de Maio, em Istambul, na Turquia.