APFAC verifica evolução positiva no sector
Pela primeira vez, Portugal vai acolher um congresso sobre argamassas de construção. A iniciativa partiu da associação mais representativa das empresas ligadas a este segmento do mercado. A Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção (APFAC) vai realizar o 1º Congresso Nacional de Argamassas de Construção. A iniciativa vai decorrer nos dias 24 e… Continue reading APFAC verifica evolução positiva no sector
Carina Traça
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Pela primeira vez, Portugal vai acolher um congresso sobre argamassas de construção. A iniciativa partiu da associação mais representativa das empresas ligadas a este segmento do mercado.
A Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção (APFAC) vai realizar o 1º Congresso Nacional de Argamassas de Construção. A iniciativa vai decorrer nos dias 24 e 25 de Novembro de 2005, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações. Em entrevista ao Jornal Construir, o presidente da APFAC, Carlos Duarte, dá conta dos pormenores da iniciativa, nomeadamente sobre os temas das comunicações, que irão ser apresentadas por vários especialistas estrangeiros e nacionais. Para além disso, faz também o ponto de situação sobre o mercado português das argamassas. No que toca às expectativas, o engenheiro está convicto que o congresso vai ser um sucesso.
Construir: Como é que surgiu a ideia de realizar o Congresso Nacional de Argamassas de Construção?
Carlos Duarte: A iniciativa surgiu com a finalidade de reunir os fabricantes, utilizadores e a investigação que se faz em escolas de engenharia e de arquitectura. Por outro lado, juntar também todas as pessoas que estão envolvidas nos projectos desta vertente, para fazer um debate e um ponto da situação sobre o que é que são as argamassas em Portugal e o que é está em desenvolvimento, quer no contexto de obra nova, quer na área da reabilitação, já que todos sabemos está em ascensão. O segundo objectivo foi proporcionar a toda a investigação portuguesa, quer aquela que se faz nas universidades e nas empresas, a possibilidade de apresentarem os seus trabalhos no paÃÂs sem terem que os apresentar lá fora. O terceiro objectivo consiste em trazer a Portugal especialistas de outros paÃÂses para promover a troca de experiências e de conhecimentos Por exemplo, vamos poder contar com a presença da professora Maria Alba Cincotto, da Universidade de São Paulo, no Brasil, o senhor Francis Thomasson, da European Mortar Organisation (EMO) e do especialista de revestimentos, Bertrand Ruo, do Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB). Relativamente àcomissão cientÃÂfica achámos por bem convidar o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o Instituto Português da Qualidade (IPQ), o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) e um grupo de universidades, num total de nove entidades, sendo que a décima é APFAC, ou seja, a entidade que promove o evento. Noutras edições, que esperamos realizar, serão convidadas outras universidades e institutos.
Quais são os temas que vão ser abordados durante o Congresso?
Neste momento, os temas já foram debatidos pela comissão cientÃÂfica. Obviamente há um tema central, a aplicação de argamassas na construção, depois vamos ter um tema de especificação e selecção de argamassas integradas num projecto de construção,, e um outro ligado àárea da reabilitação de construções. Para além destas temáticas, vão ser discutidas mais duas, uma sobre as patologias das argamassas e outra que diz respeito àqualidade, certificação, normalização e ensaios.
O desafio superou as vossas expectativas?
Estamos efectivamente confiantes que o congresso vai ser um sucesso, porque a partir do momento que foi aberto o perÃÂodo de recepção dos resumos das comunicações, apareceram cerca de sessenta. A melhor estimativa ronda as quarenta e seis comunicações, que vão ser apresentadas durante os dois dias do congresso. Neste momento temos quarenta e seis entidades envolvidas, através de pessoas que apresentaram comunicações, que vão desde a Academia Militar Portuguesa, passando por empresas produtoras de argamassas nossos associados, centros tecnológicos, faculdades de engenharia e por empresas estrangeiras. Inicialmente, a nossa melhor perspectiva era que irÃÂamos ter cerca de trinta comunicações, daànão termos sequer previsto sessões paralelas. Resultado, como só vamos ter sessões plenárias e como a primeira manhã destina-se apenas àsessão de abertura, as apresentações vão ser mais curtas do que tÃÂnhamos previsto. Há comunicações no âmbito de todos os temas, de maneira que a nossa expectativa é grande.
Como é que analisa o mercado das argamassas portuguesas?
Este mercado, que apareceu em Portugal nos anos oitenta com os cimentos cola, está a evoluir. A partir de 1990 começaram a surgiu uma série de empresas já a diversificar para além do cimento cola. Segundo os nossos dados devem existir actualmente em Portugal cerca de trinta e cinco empresas que fabricam argamassas. No entanto, é preciso ter algum cuidado com este número, porque destas trinta e cinco empresas muitas delas fabricam também outros produtos, além das argamassas. Neste sentido, penso que a fabricar exclusivamente argamassas devem existir apenas cerca de vinte e cinco empresas nacionais. Em 2004, segundo a melhor estatÃÂstica que nós dispomos a partir da opinião dos nossos onze associados, mais as estimativas que nós fazemos, a produção deve ter ultrapassado um milhão de toneladas de argamassas feitas em fábrica, em Portugal, quer ao nÃÂvel das argamassas secas, quer ao nÃÂvel das argamassas estabilizadas (prontas a usar). Registamos também um crescimento no número de empresas e de unidades fabris. Em relação àcertificação, o nosso estudo constatou que existem treze empresas certificadas e vinte e duas por certificar. Para além disso, o estudo aponta também que das cerca de quinhentas referências de argamassas, apenas dezasseis estão certificadas pela empresa Certif. Contudo, dentro da associação nós temos quatro associados certificados.
Este crescimento deve-se a quê?
Deve-se ao facto natural do que tem acontecido também nos paÃÂses europeus, é que as argamassas feitas em fábrica substituem progressivamente com maior velocidade as argamassas feitas no estaleiro. Portanto, mesmo que a construção esteja em declÃÂnio, o mercado está a crescer para as argamassas feitas em fábrica e, efectivamente, é isso que está a acontecer. Hoje em dia já não há cimento cola feito em estaleiro, já que 99 por cento é fabricado nas fábricas, e este fenómeno vai acontecer nas outras argamassas. No entanto, os rebocos ainda são maioritariamente feitos nas obras, bem como as argamassas de alvenaria e argamassas de betonilha. De acordo com os nossos dados, em 2004 foram feitas nos estaleiros três milhões de toneladas de argamassas e, em relação àprodução fabril, que representa 25 por cento, registou-se cerca de 925 mil toneladas de argamassas prontas a amassar (secas) e 84 mil toneladas de argamassas prontas a usar (estabilizadas). Quanto ao volume de negócios das argamassas fabris, em 2004, atingiu cerca de 65,7 milhões de euros.
Em relação ao mercado europeu, qual é a posição de Portugal, nesta matéria?
A nossa capitação face a outros paÃÂses europeus de argamassas fabris está ao mesmo nÃÂvel da Europa. Por exemplo, em França o valor é exactamente o contrário, ou seja, nós aqui temos 25 por cento feito em fábrica e 75 por cento feito em estaleiro e lá é o inverso. O que significa que a França está construÃÂda e Portugal ainda está a construir. Já em Inglaterra os valores são diferentes, ou seja, na ordem dos oitenta quilos por habitante, uma vez que há muita reabilitação em curso. Na Alemanha, praticamente 90 por cento das argamassas fazem-se nas fábricas e apenas o restante é feito em estaleiro.
Para este ano, quais são as previsões?
Com certeza vai haver crescimento. Eu acredito que este ano haja um crescimento face a 2004 na ordem dos cinco a oito por cento, relativamente às argamassas feitas em fábrica. Isto, numa visão conservadora, pois pode-se verificar uma percentagem maior. O sector tem-se desenvolvido de uma forma correcta, o número de empresas existente é razoável e tem acompanhado a tecnologia. E, portanto, estou convencido que é um sector que tem respondido de forma positiva às exigências do mercado.
ARGAMASSAS
Situação do sector
De acordo com um estudo realizado pela Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção, verifica-se que o sector das argamassas em Portugal tem vindo a crescer nos últimos anos. Os dados dizem respeito ao ano de 2004, sendo que as estimativas para o ano corrente são também positivas. Para 2005, estima-se um aumento entre cinco e oito por cento face ao ano anterior, relativamente às argamassas fabris».
Caracterização do Sector (em 2004)
Número de Empresas (estimativa) 35 Argamassas
Fabris Prontas a usar (estabilizadas) 84.000 ton.
Argamassas Fabris Prontas a amassar (secas) 925.000 ton.
Argamassas feitas em Obra (estimativa) 3.000.000 ton.
Emprego (estimativa) 500 – 600
Vendas (estimativa) 60 M Euros