Feira de Madrid superou expectativas
O Salão Imobiliário de Madrid de 2005 teve um incremento de 30 por cento em área de exposição em relação ao ano anterior. Para os promotores portugueses este certame foi fundamental para o estreitamento de relações com os vizinhos espanhóis, sobretudo na conquista de novos investidores Fernanda Pedro e Ricardo Batista, em Madrid Se dúvidas… Continue reading Feira de Madrid superou expectativas
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O Salão Imobiliário de Madrid de 2005 teve um incremento de 30 por cento em área de exposição em relação ao ano anterior. Para os promotores portugueses este certame foi fundamental para o estreitamento de relações com os vizinhos espanhóis, sobretudo na conquista de novos investidores
Fernanda Pedro e Ricardo Batista, em Madrid
Se dúvidas havia sobre a prosperidade da economia espanhola, estas foram dissipadas na sétima edição do Salão Imobiliário de Madrid naquela que foi considerada por muitos responsáveis como a melhor edição de sempre do certame.
Depois de em Abril a feira Internacional de Materiais de Construção, que se realizou em Barcelona, ter dado mostras que o sector da construção em Espanha vai passar por um próspero perÃÂodo nos próximos anos, desta feita foram os promotores imobiliários a demonstrar que um dos principais motores da economia espanhola vai continuar a crescer significativamente. O nÃÂvel de produção de habitação nova em Espanha, só em 2004, rondou as 700 mil habitações, sendo que para este ano os resultados deverão rondar as 480 mil, isto segundo um estudo elaborado pelo Grupo Planner em parceria com a Associação de Promotores Imobiliários de Madrid (Asprima).
De acordo com o director do Salão Imobiliário de Madrid, Eloy Bohúa, «esta foi uma edição histórica, dentro das feiras do género, em virtude do crescimento deste evento em relação a edições anteriores». À partida era conhecido o crescimento em relação a área de exposição. Depois de na edição de 2004 ter sido ocupada uma área bruta de exposição de 60 mil metros quadrados, este ano a área de exposição rondou os 80 mil, um incremento de 30 por cento, valores explicáveis, em parte, pela maior abertura a promotores internacionais de que Portugal é apenas um exemplo. No total, foram cerca de 700 os expositores que durante os quatro dias em que decorreu o evento apresentaram ao mercado internacional as potencialidades dos seus mais recentes investimentos. «Nesta edição foram comercializados cerca de 1500 projectos, uma marca que pode ser considerada histórica não só a nÃÂvel nacional como também a nÃÂvel europeu», reconheceu o director do salão, salientando também a importância do evento como montra privilegiada de grandes projectos. Eloy Bohúa considera que a aposta na internacionalização se justifica em grande medida pela oferta de oportunidades de investimento para empresas espanholas em mercados bastante diversificados. O responsável pela feira acrescenta ainda que a importância do Salão Imobiliário de Madrid é reconhecida, entre outros, por Portugal, daàque a representação portuguesa tenha tido o seu maior stand de sempre nesta sétima edição (500 metros quadrados destinados aos projectos a desenvolver na cidade de Lisboa).
A Agência para a Modernização Económica de Lisboa (Ambelis) foi uma das empresas presentes neste certame. De acordo com o seu presidente, João Pessoa e Costa, «o Salão Imobiliário de Madrid é a maior feira imobiliária da Europa, pelo que, sendo um ponto de encontro entre profissionais e arquitectos, engenheiros, promotores, construtores, não poderÃÂamos deixar de estar presentes em força».«A câmara de Lisboa, ao convidar empresas que de alguma forma lhe estão associadas, espera que a presença em Madrid seja o mais útil possÃÂvel», adianta ainda aquele responsável. O Casino de Madrid acolheu também um road-show de apresentação da cidade de Lisboa a promotores internacionais, um acto que João Pessoa e Costa classificou de extremamente positivo. No fundo, a presença da empresa serviu essencialmente para promover o contacto entre parceiros portugueses e estrangeiros. «Lisboa tem um particular interesse para investidores internacionais, pelo que também é importante abrir algumas portas a estas oportunidades», salientou ainda o responsável pela Ambelis que adiantou que os grandes projectos que estavam em apresentação eram sobretudo o Alcântara XXI, de 50 hectares, e ainda no Plano de Pormenor da Praça de Espanha, da Avenida José Malhoa e do Bairro Azul, da autoria do arquitecto João Paciência.
Baixa lisboeta candidata a património Mundial
Também presente em Madrid, Helena Napoleão, vereadora do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, adiantou que a reabilitação é um dos pontos estratégicos para a capital portuguesa. A vereadora revelou mesmo que no próximo dia 29 de Junho, será apresentada na câmara de Lisboa a candidatura da Baixa a património Mundial. Helena Napoleão salientou ainda que o presidente da UNESCO irá deslocar-se a Lisboa, em Setembro, para visitar a Baixa lisboeta e verificar se existem condições para a classificação. «Este é também um dos motivos para que a câmara leve em frente o projecto de reabilitação», admitiu a vereadora.
Helena Napoleão explicou que a autarquia tem neste momento 200 obras coersivas de reabilitação. Além destas intervenções, a câmara de Lisboa tem um novo programa informático que permite fazer um levantamento de todas as situações que existem na cidade em matéria de edificado. Assim, foram levantados 5900 edifÃÂcios e desses imóveis já foram reabilitados cerca de 1200 edifÃÂcios. Helena Napoleão referiu que para acelerar o processo de reabilitação o executivo camarário tem também agilizado os pedidos de licenciamento entregues na câmara.
Projectos portugueses causam sensação na capital espanhola
Presente no salão de Madrid com um stand próprio esteve o empreendimento Bom Sucesso de Óbidos. Gonçalo Castelo Branco, administrador da Acordo, empresa promotora do Bom Sucesso, adiantou que esta participação na capital de Espanha tinha como objectivo mostrar o produto português a nÃÂvel internacional. O administrador mostrou-se muito satisfeito com a iniciativa, já que o empreendimento causou sensação junto dos nossos «hermanos». Gonçalo Castelo Branco justificou este sucesso, com a elevada qualidade do empreendimento. «Este projecto é único na Europa. A participação de diversos arquitectos de renome deram ao Bom Sucesso uma especificidade que o distingue dos demais empreendimentos», explicou o responsável da Acordo.
Gonçalo Castelo Branco, revelou ainda que o Bom Sucesso vai arrancar com a segunda fase em Setembro deste ano. Além da participação de alguns arquitectos que projectaram na primeira fase do projecto, outros irão juntar-se ànova fase do empreendimento. Segundo Gonçalo Castelo Branco, irão participar mais oito novos arquitectos no projecto de Óbidos. Dois são internacionais, sendo um deles o arquitecto catalão Josep Llinã.
O administrador adiantou também que o empreendimento tem sido um sucesso de vendas. Dos 200 lotes para moradias isoladas e 150 para moradias em banda, já se encontram comercializadas 50 por cento de cada uma destas modalidades.
Também o Colombo’s Resort foi a Madrid para conquistar adeptos espanhóis. Presente no stand da Associação dos Industriais da Construção de EdifÃÂcios (AICE), o empreendimento do Porto Santo conseguiu também despertar a atenção dos madrilenos. João Paulo Manso, director executivo da Sociedade Imobiliária e TurÃÂstica do Campo de Baixo, promotora do Colombo’s Resort, admitiu que o mercado espanhol é fantástico para a promoção deste empreendimento e que «as caracterÃÂsticas do projecto são reconhecidas internacionalmente». O director reconhece também que o facto de ter a assinatura dos arquitectos Ricardo Bofill e João Caires ajudou a conquistar o interesse dos visitantes da feira madrilena.
João Paulo Manso, revelou ainda que o Colombo`s Resort deverá passar, em breve, a ser marca própria e o primeiro passo vai passar pela exportação do projecto e do conceito para o Brasil. O responsável adiantou ainda que 50 por cento das moradias e apartamentos turÃÂsticos do empreendimento do arquipélago da Madeira já se encontram totalmente comercializados.
A Empril imobiliária, foi outra das empresas portuguesas a estar presente em Madrid com stand próprio. Filipe Santos, director comercial da Empril, explicou que esta empresa do Porto, veio a Espanha para mostrar os seus produtos. Inicialmente dedicada àvenda de terrenos, a Empril acabou por enveredar também pela promoção imobiliária.
Com vários projectos neste momento, os Páteos da Madalena, o Polo Universitário da Asprela, bem como um projecto habitacional da Quinta de Poiares, foram alguns dos empreendimentos em destaque neste salão. «O mercado espanhol é sempre um grande atractivo para os promotores imobiliários e é nestas ocasiões que estabelecemos contactos muito importante com possÃÂveis investidores», salientou Filipe Santos.
Também a Arqui300, imagens 3D, foi mais uma vez presença assÃÂdua deste certame. Para a arquitecta Laurinda Simões, sócia-gerente da Arqui300, esta feira é uma oportunidade para mostrar ao mercado espanhol o que a empresa faz. «O salão é o ponto de encontro de promotores nacionais e internacionais e aqui conseguimos estabelecer contactos mais facilmente. Este ano foi muito bom a esse nÃÂvel e mesmo em propostas de trabalho», remata a arquitecta.
Propostas
Carmona apresenta ideias para Lisboa
À margem da sessão de abertura do evento, o vice-presidente da cidade lisboeta, Carmona Rodrigues, não se coibiu em manifestar que «transformar a cidade de Lisboa numa cidade mais voltada para as pessoas implica alterações nos acessos, no edificado e na melhoria do espaço público».«Há questões que já estão avançadas e que necessariamente terão que ser continuadas, nomeadamente a reabilitação do edificado, isto para dar melhores condições àcidade e para que as pessoas possam trabalhar e viver melhor em Lisboa», salientou ainda o outrora presidente da autarquia lisboeta sobre as medidas que julga fundamentais para a cidade. Atrair eventos de interesse cultural, desportivo e cientifico e dar lugar ao empreendorismo são também algumas das metas traçadas por Carmona Rodrigues para que Lisboa possa ser uma cidade «competitiva». O representante desta autarquia portuguesa, reforçou também a ideia de que «há mais Lisboa para além do Parque Mayer».«Caso não tivesse ocorrido a muito falada interrupção nos trabalhos do Túnel do Marquês, essa era uma obra que já hoje estaria concluÃÂda», diz Carmona Rodrigues, salientando que a Câmara Municipal de Lisboa, em custos directos, já perdeu cerca de 2,5 milhões de euros (perto de 500 mil contos).
O governante acrescentou ainda que até «ao Verão a autarquia deverá avançar para a fase de concepção do projecto para o Parque Mayer que pode, ou não, ser da autoria do arquitecto Franck Gehry».
Adiantando um pouco do que serão as suas propostas para a cidade de Lisboa, ele que será candidato nas próximas eleições autárquicas, Carmona Rodrigues salientou que pretende devolver a frente ribeirinha às pessoas, tal como pretende executar as obras de desnivelamento do trafego rodoviário junto àPraça do Saldanha, de forma a entregar essa zona às pessoas, nomeadamente através de «uma bonita rotunda como havia antigamente».