Eventual ruptura na barragem de Fridão submergirá Amarante
Em caso de inundação causada pela ruptura da barragem, o rio subiria na área urbana mais cerca de 20 metros do que a cheia de 2001, a maior de sempre em Amarante, que atingiu a cota 71

Lusa
Martinhal Lisbon Oriente recebe 6ª edição da conferência do IPBN
Sonae Capital Industrials soma BeyondComposite à família
Antigo Teatro Sousa Bastos, em Coimbra, dá lugar a habitação e espaço cultural
Carteira de encomendas no mercado de reabilitação urbana mantém crescimento expressivo
Projecto EntreCampos ganha ‘Best New Mega Development’ no Mipim
Home Tailors Douro comercializa “Fernandes Thomaz” no centro do Porto
K Line lança nova janela com vidro duplo e triplo
Como pensam o BEI e a Comissão Europeia destinar 10MM€ à habitação acessível?
Q51 na Quinta da Fonte é primeiro edifício de escritórios a receber a BREEAM “Outstanding”
Gaia lança Observatório Imobiliário no Mipim
Uma eventual ruptura da barragem de Fridão, no rio Tâmega, provocará uma onda que chegará à cidade de Amarante em apenas 13 minutos, submergindo grande parte da área urbana, admite Orlando Borges, presidente do Instituto da Água (IA), num documento ao qual a Lusa teve hoje acesso.
“Em Amarante, em situação de cheia, o nível máximo a atingir será a cota de 90,95”, pode ler-se no documento, com data de 5 de Março, que Orlando Borges enviou a um elemento do grupo “Por Amarante Sem Barragens”.
A cota de 90.95 significa que – segundo alguns amarantinos ouvidos pela Lusa – em caso de inundação causada pela ruptura da barragem, o rio subiria na área urbana mais cerca de 20 metros do que a cheia de 2001, a maior de sempre em Amarante, que atingiu a cota 71.
Nesse ano, a água inundou vastas áreas da baixa da cidade, sobretudo da margem esquerda, cujos habitantes tiveram de ser evacuados com recurso a barcos.
No entanto, numa primeira reacção a estes números, o presidente da Câmara de Amarante afirmou à Lusa não ter ficado surpreendido nem preocupado, porque “o risco é praticamente zero”.
Armindo Abreu (PS) diz que “praticamente não há possibilidade da barragem colapsar por completo sem dar aviso”.
“Foi isso que os técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) nos disseram quando cá estiveram num debate sobre segurança promovido pela câmara”, frisou o autarca.
Armindo Abreu lembra que uma infra-estrutura como a barragem de Fridão “seria monitorizada ao segundo e que, caso fosse detectada alguma anomalia, haveria tempo para se proceder ao seu esvaziamento”.
Contudo, o autarca admite que “o risco existe sempre, apesar de pequeníssimo”.
Para Armindo Abreu, é fundamental que o plano de emergência da barragem seja bem elaborado para estarem acauteladas todas as situações.
No entanto, a cota 90,95 seria suficiente para inundar a ponte e o largo de S. Gonçalo, incluindo o mosteiro, que é monumento nacional.
Na carta enviada ao representante do grupo “Por Amarante Sem Barragens”, o presidente do IA diz basear-se numa simulação que consta no anteprojecto desta barragem.
Essa simulação – acrescenta o presidente do IA – “identifica como “zonas de perigo” todo o vale do rio Tâmega a jusante das barragens”.
Orlando Borges acrescenta que na simulação “são identificadas estruturas e povoações passíveis de serem afectadas, mas não o número de vidas em risco”.
Os números avançados pelo presidente do IA reportam-se a uma simulação num cenário em que a barragem principal seria construída à cota de 160.
presidente do IA não avança com o cenário na cidade de Amarante, em caso de rutura resultante da construção da barragem à cota 165, que também consta do anteprojecto.
A Lusa tem tentado, sem sucesso, um comentário sobre a segurança da futura barragem junto do presidente do IA, Orlando Borges.
A barragem de Fridão é uma das 10 que constam do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico, afectando território dos concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto.
A discussão pública do Estudo de Impacte Ambiental da Barragem de Fridão terminou a 15 de Fevereiro.