'O que nos caracteriza é a diversidade'
Qual o balanço que fazem da vossa actividade enquanto Atelier Arco Cego? Catarina Marques (CM): A empresa propriamente dita foi formada em Abril de 2006. Anteriormente já havia atelier […]

Ana Rita Sevilha
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Qual o balanço que fazem da vossa actividade enquanto Atelier Arco Cego?
Catarina Marques (CM): A empresa propriamente dita foi formada em Abril de 2006. Anteriormente já havia atelier e até tinha o mesmo nome, mas não era uma empresa, era apenas prestação de serviços. Embora tenhamos tido altos e baixos o balanço final é seguramente positivo.
Leonor Silva (LS): Temos evoluído devagarinho, porque entretanto foram acontecendo outras coisas paralelas, mas é positivo, nunca nos faltou trabalho.
Conseguem definir a vossa arquitectura?
CM: O nosso objectivo principal é sempre o de personalizar. Por muito que se queira standardizar até para ganhar tempo, achamos que temos sempre de personalizar, contudo temos um cunho pessoal…
LS: Os nossos projectos têm sido sempre muito diversificados, sendo que os nossos clientes são sempre particulares que é uma das coisas que também nos caracteriza, bem como o facto de não termos projectos muito grandes, à excepção de alguns equipamentos. O que acontece é que os nossos trabalhos são todos muito diferentes e todos muito personalizados, fruto dos clientes serem sempre diferentes entre si, os lugares também sempre diferentes, as pessoas com quem trabalhamos em parceria também terem métodos diferentes, o que faz com que o trabalho seja também sempre diferente.
Concluindo esta ideia, acho que o que nos caracteriza é a diversidade. Os nossos projectos dependem do cliente e do lugar.
A Catarina falava de um cunho pessoal. Que cunho é esse?
CM: Em todos os nossos projectos acho que procuramos sempre a autenticidade, dos materiais e da arquitectura, procuramos não ter coisas supérfluas, tentamos que as soluções sejam sempre racionais.
LS: Não temos como objectivo fazer uma arquitectura só de determinada maneira.
CM: O nosso resultado depende de muitos factores, como os donos de obra, os recursos económicos, o lugar onde se vai implantar. Mas independentemente de todos eles, aquilo que vamos sempre ao encontro é da autenticidade do projecto, daquilo que faz sentido, não procuramos um estilo propriamente dito. Os clientes e o sítio são quem determina mais os projecto.
LS: Uma coisa que eu entendo como um cunho pessoal nosso é a preocupação com os custos, se calhar maior do que têm a maioria dos arquitectos. Fazemos sempre o esforço de reduzir os custos ao mínimo, e aí vamos buscar a palavra sustentabilidade.
CM: Somos muito adeptas da sustentabilidade, mas não só com a que está relacionada com o ambiente, também a dita sustentabilidade económica, bem como em outros campos. Nomeadamente durante a construção, a manutenção e durante o período útil da obra. Por isso, acho que o cunho pessoal do Atelier Arco Cego assenta em dois conceitos, autenticidade e sustentibilidade.
Esse cunho pessoal resulta de uma metodologia interna do gabinete?
CM: Procuramos fazer as coisas o mais integradas possível, sobretudo com a construção. Achamos que em Portugal existe uma grande separação entre as três fases principais de um projecto: a fase conceptual, a fase de licenciamento e a fase de construção. E nós tentamos ao máximo, primeiro trabalhar com construtores conhecidos e referenciados, e depois fazer o projecto de execução e o acompanhamento de obra o mais em cima possível, para que essa sustentabilidade de que falámos que existe no projecto não se perca na construção.
Já desenvolveram trabalho na área da reabilitação, nomeadamente na zona da Pena e de Campolide. Como sentem este mercado?
CM: Esta é uma área que nos interessa mas que sentimos que ficou algo afectada com a crise. Anteriormente apostava-se no remodelar para depois vender, agora sentimos que esse mercado está mais parado. Outro dos problemas, mas que não se foca só na reabilitação mas sim em todo o tipo de projectos, são os licenciamentos ou as entidades licenciadoras, nomeadamente o tempo que demoram.
No vosso sítio da Internet fazem referência aos trabalhos que tinham em stand by e à culpa das entidades licenciadoras. Este é um dos principais problemas que enfrenta um atelier?
LS: Ao nível externo sim, as coisas ficam paradas imenso tempo.
CM: Ainda agora estava a ler um artigo sobre o Provedor da Arquitectura, e fazia referência que têm recebido inúmeras queixas nesse sentido da parte dos arquitectos. Cada um faz a interpretação que faz, depois as leis nos dois últimos anos mudaram imenso. E pior, a legislação muda e passado algum tempo sai outra nova a revogar a anterior, e daí por diante.
Tem uma oferta alargada de serviços. Uma exigência do mercado ou uma forma de se diferenciarem…
LS: Foi acontecendo. Conforme fomos fazendo os nossos projectos fomos constatando que era muito mais fácil trabalhar assim, e como temos conhecimentos em todas essas áreas, acabámos por as ir acrescentando, e no fim é preferível fazermos um projecto chave-na-mão.
No que consistem as "Casas de Madeira"?
CM: Essa é um tema que surgiu com a minha tese de mestrado. A ideia era a de tornar a tese útil para o atelier e tornar o trabalho válido. Com o tempo que se perdeu já apareceram um ou dois concorrentes. O projecto consiste numas casas móveis de madeira pré-fabricadas que têm várias formas possíveis. A ideia é que online se consiga personalizar o projecto, mandar construir e ganhar tempo mantendo a qualidade arquitectónica. E esse é também um dos objectivos do atelier: independentemente das condicionantes encontradas e do tamanho do projecto, tratamos os projectos da mesma forma, fazemos sempre o melhor que podemos mesmo que tenhamos pouco, ou seja, quer seja uma obra muito grande ou muito pequena queremos orgulhar-nos da arquitectura que fizemos.
Por onde passa o futuro do Atelier Arco Cego?
LS: Já passámos a fase do estabilizar, agora estamos e vamos continuar focadas em desenvolver. Queremos fazer arquitectura com tranquilidade.
ficha técnica
Nome: Atelier Arco Cego
Morada: Rua de D. Filipa de Vilhena, 9D, portão 40, atelier 2,
1000 – 045 Lisboa
Telefone/Fax: 210 014 043
URL: www.atelierarcocego.pt
Mail:geral@atelierarcocego.pt
Projectos: Moradia no Bairro Económico de Queluz (concluída); Reabilitação de edifício na Pena, Lisboa (projecto aprovado); Reabilitação de edifício em Alcoutim (projecto aprovado); Condomínio fechado na Abuxarda, Cascais (concluído); Jardim de infância com creche, Campo Raso, Sintra (projecto aprovado); Loteamento em Palmela (estudo prévio).