Prémio Mobilidade distingue Cláudio Vilarinho
O atelier dirigido por Cláudio Vilarinho foi o vencedor do Prémio Mobilidade 2007, com uma proposta que explora os espaços de interacção do edifício. O Construir foi conhecer o projecto […]
Ana Rita Sevilha
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
O atelier dirigido por Cláudio Vilarinho foi o vencedor do Prémio Mobilidade 2007, com uma proposta que explora os espaços de interacção do edifício. O Construir foi conhecer o projecto distinguido pela Ordem dos Arquitectos e pela Santa Casa da Misericórdia de LisboaO atelier cláudiovilarinho.com arquitectos e designers foi o autor do projecto vencedor do Prémio Mobilidade 2007, um galardão instituído pela Ordem dos Arquitectos e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e que visa distinguir o melhor estudo, projecto ou plano de arquitectura sob o conceito da mobilidade. Em declarações ao Construir, Cláudio Vilarinho revelou que o ponto de partida para esta proposta foi, "para além de provar eficazmente a exequibilidade do Decreto-Lei n.º 163/06, tentar levantar e dar resposta a questões sociológicas contemporâneas". Nesse sentido, o arquitecto partiu das seguintes questões, "as necessidades de vida dos idosos em relação ao modo de habitar o fogo, não estarão em parte a ser alteradas? O tipo de idoso actual é o idoso do século XX?". O resultado foi uma proposta que, de acordo com o seu autor, "amplia o conceito de mobilidade", na medida em que não o interpreta apenas no âmbito das acessibilidades, mas sim nas relações interpessoais, mediante um reforço dos laços sociais através da arquitectura. Este lado da mobilidade foi explorando mediante a criação de espaços e mobiliário de interacção no edifício, tais como jardins temáticos, salas polivalentes, varandas, terraços, entre outros elementos que propiciam o contacto entre pessoas. Para Cláudio Vilarinho a criação destes espaços permite a existência de diferentes ambientes e atmosferas, bem como a criação de fluxos e movimentos que se traduzem em mobilidade. O tema é ainda explorado através do uso de painéis amovíveis que possibilitam uma compartimentação interior dinâmica e versátil, adequada às necessidades de cada indivíduo, "possibilitando inúmeras vantagens ao usuário do fogo", explica Cláudio Vilarinho.
Imagem de marca
Tendo a mobilidade e as acessibilidades como tema principal no desenvolvimento das propostas, Cláudio Vilarinho optou por compor a volumetria do edifício mediante a utilização de um elemento caracterizador deste mesmo tema, a rampa. Desta forma, para aceder à entrada dos apartamentos existe um percurso composto por três rampas, cada uma delas contendo o que o autor da proposta chama de "lâmina de natureza", isto é, bambus, gravilha e flores, que se diluem na composição do volume originando um único corpo. Materializadas em betão branco com cofragem perdida em tábuas de madeira, as rampas funcionam como "um mecanismo que dita as regras de expressão simbólica", criando uma proposta que do ponto de vista do autor do projecto é coerente e interessante "do ponto de vista formal e arquitectónico". Quanto às preocupações que estiveram na génese do projecto, Cláudio Vilarinho revela que foi pensar num "programa do fogo adaptável a este tipo de novos sujeitos urbanos". Relativamente aos desafios e dificuldades sentidas durante o desenvolvimento do projecto, o arquitecto enumera como desafio o facto de "conseguir incluir a sociologia como disciplina de apoio à da arquitectura", e como dificuldade "conseguir parar o entusiasmo da investigação inicial".
Desafio
Nesta segunda edição do Prémio Mobilidade, a Ordem dos Arquitectos e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa lançaram aos arquitectos o desafio de pôr à prova a exequibilidade do Decreto-Lei 163/06, que alarga a sua aplicação aos edifícios habitacionais, introduzindo a partir de Janeiro de 2008 um conjunto de normas de maior exigência, dimensão, complexidade e abrangência. Desta forma, as duas entidades procuraram reunir um conjunto de estudos e experiências que constituam soluções que possam no futuro servir de inspiração ao sector da construção. O júri do prémio, composto por Jorge Falcato Simões, Maria Manuela Tiago, Pedro Homem de Gouveia, Vasco Folha e Peter James Colwell, atribuiu ainda uma menção honrosa a Nuno Miguel Tavares da Costa e uma menção especial a Maria Cristina Chicau e João Carlos Silva. Para Cláudio Vilarinho ter ganho este prémio foi, "antes de mais, o agrado do ego", sublinhando ainda que, "nesta fase de tentativa de implementação deste jovem atelier no mercado, a sua viabilização em termos de um projecto construído seria a cereja em cima do bolo".